EDITORIAL – JORNAL DO COMMERCIO: Literatura em Bienal
Postado em: Literatura | Secretaria de Cultura
Literatura em Bienal
A realização de um evento do porte e da importância cultural da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, em plena pandemia, representa um marco para a retomada de atividades sociais e econômicas no estado. A montagem da tradicional cidade da literatura no Centro de Convenções requer planejamento, investimento e a mobilização de uma série de profissionais e instituições ligadas não apenas ao setor, mas à cultura como um todo. Um trabalho de fôlego movido à base da paixão pelos livros, que chega à sua décima terceira edição com o desafio de restaurar o ânimo do público leitor, reativar relações de mercado e sinalizar a consolidação da tendência que aponta para a abertura segura de iniciativas dessa natureza.
A escolha do modelo híbrido, com estandes no pavilhão e atividades presenciais, em paralelo a uma intensa programação transmitida online, traz para a conjuntura pandêmica a oportunidade de se testar a interação direta com o público, sob as regras e protocolos estabelecidos pelas autoridades sanitárias. O uso obrigatório de máscaras e a disponibilização de pontos de higienização e descontaminação por toda a área expositiva segue as recomendações do governo do Estado. Desde a entrada, o acesso é controlado por medição de temperatura. O distanciamento entre os estandes e no interior dos espaços com atividades também deve ser respeitado, bem como o limite de pessoas ao mesmo tempo em visitação. Com essas precauções, a redução do risco de contaminação por Covid-19 é um atrativo adicional para quem for à Bienal do Livro, aberta oficialmente na última sexta-feira, com duração até o próximo dia 12.
A oferta de atividades online pela plataforma e-bienal.com, junto a outras que podem ser acompanhadas por telões nos auditórios, é outra novidade que o maior evento literário do Nordeste apresenta este ano. Algo que tem tudo para se firmar como modelo dominante daqui para frente, ampliando a participação de público e de escritores que não se encontram no local, de maneira presencial. Neste sentido, a Bienal de Pernambuco em formato híbrido dá o exemplo para o País, ao seguir o que se faz em outros lugares do mundo, com segurança, sem abdicar da coragem de empreender em nome da produção cultural e das trocas simbólicas indispensáveis que podem ser proporcionadas pela arte.
Lançamentos de livros, palestras, oficinas presenciais e virtuais, além de apresentações culturais que promovem a integração da literatura com outras expressões artísticas, compõem a edição 2021 da Bienal do Livro. Mais de 300 estandes marcam presença em 9 mil metros quadrados do Centro de Convenções, numa demonstração inequívoca da força do evento. As homenagens ao educador Paulo Freire (in memoriam), no ano de seu centenário, e à poeta e vereadora Cida Pedrosa, vencedora do Prêmio Jabuti 2020 nas categorias Livro do Ano e Poesia, ilustram a necessária ligação da literatura com a educação, e com a potência criativa da pernambucanidade.
Editorial publicado nesta segunda-feira (4), no Jornal do Commercio.