Cortejo para ficar na memória de Gravatá
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Por Duda Martins
Do lado de fora, a vários metros de distância da Escola Estadual Cleto Campelo, podiam-se escutar estrondosos batuques compassados nos mais diversos ritmos. E olhe que ainda não tinha sido dada a largada para o cortejo de grupos populares que invadiriam, em pouco tempo, as ruas normalmente silenciosas do município de Gravatá. Foi o contrário. Na noite de ontem (11/9) – início das atividades de difusão do Festival Pernambuco Nação Cultural na cidade -, o que menos se “ouvia” era o silêncio. E de dentro daquela escola saíram, em forma de música, as mais antigas manifestações populares do País, representadas por grupos que fazem a história de Pernambuco.
Ansiosos para tomarem as ruas e praças, eles ensaiavam suas batidas e passos. No meio deles, Edvaldo Joaquim, porta-estandarte há 35 anos do Maracatu Nação Raízes de Pai Adão. “Cada vez que eu vou desfilar, é uma emoção diferente. Estou muito feliz de estar aqui. Se a gente não se envolvesse, não existia cultura. O povo é quem faz a cultura”, afirmou. E a máxima conta para todas as idades. Também na expectativa da saída estava Cauane, de 5 anos, estreando seu vestido verde no primeiro cortejo da sua vida. “Eu comecei desfilando com a idade dela”, contou a mãe orgulhosa. “Espero que quando ela crescer também traga os meus netos.”
E foi a própria Cauane quem puxou o cortejo, que arrastou ainda pelas ruas o Boi Tira Teima (Caruaru), Afoxé Oyá Alaxé (Recife), Afoxé Alafin Oyó (Olinda), o tradicional frevo do Elefantes de Olinda e o sambão da Gigante do Samba (Recife). Foi essa miscelânia de ritmos que conquistou olhares e seguidores por onde passou. Não tinha aquele que não “sacasse” do bolso o celular para registrar o momento. “Eu nunca vi um cortejo tão lindo aqui em Gravatá. É maravilhosa esta oportunidade de ver tantas culturas reunidas numa só manifestação. Vai ficar na memória”, disse a professora Goretti Silveira.
Da Escola Estadual, o desfile seguiu rumo à Praça 10 de Novembro, onde culminou com a apresentação individual de cada agremiação, reunindo muita gente para assistir, dançar e aplaudir a festa da cultura popular, a festa do povo.



