Debates apontam caminhos para o audiovisual brasileiro no Festival de Cinema de Triunfo
Encontros com realizadoras e realizadores de todo o Brasil acontecem diariamente na Praça do Avião, às 10h. Também será realizada durante o festival uma oficina sobre a Lei Paulo Gustavo em Pernambuco, nesta sexta-feira (1º), às 14h
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Felipe Souto Maior/Secult-PE/Fundarpe

Debates na Praça do Avião são ambientes ricos de troca de experiências e aprendizados entre os cineastas
A programação do 14º Festival de Cinema de Triunfo segue priorizando ações de formação cultural, diálogos sobre cinema e os rumos das políticas para o setor em todo o País. Um destes espaços são os debates que acontecem todo dia com as realizadoras e realizadores participantes da programação, às 10h, na Praça do Avião. Nesta quarta-feira (30), estiveram presentes cineastas de vários estados brasileiros, como São Paulo, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte e Pernambuco, que puderam conversar sobre os desafios do audiovisual no Brasil e tirar dúvidas e esclarecimentos sobre a produção dos seus filmes.
Mediado por Maria Samara, da coordenadoria do Audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco (Secult-PE), os debates na Praça do Avião são ambientes ricos de troca de experiências e aprendizados, e servem para que os participantes possam fazer reflexões sobre os impactos das obras.
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Participaram do debate, nesta quarta (30), representantes dos filmes exibidos na noite anterior no Theatro Cinema Guarany
Os representantes dos curtas-metragens e longa-metragem exibidos na noite anterior no Theatro Cinema Guarany que estiveram no encontro foram Josildo Sá e Roberta Jansen, com o Samba de Latada; Guilherme Gomes, com o Trans Nordestina; Dino Menezes, com o Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn – Não somos apenas sombras; Gian Orsini, com o La Caramela; Davi Revoredo, do Bucha de Peixe; e Mayara Varalho, com o longa Diaspóricas.
Na conversa entre os cineastas as palavras respeito, memória e ancestralidade estiveram em evidência. O filme ‘Nhãndê kuery mã hi’ãn rivê hê’yn’ (Não Somos apenas sombras) narra, em guarani, a história e os desafios atuais da aldeia indígena Paranapuã, localizada em São Vicente, no litoral de São Paulo. Durante o debate Dino Menezes falou sobre como o curta-metragem o atravessou na luta pela demarcação de terras indígenas.
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Dino Menezes falou sobre como o curta-metragem o atravessou na luta pela demarcação de terras indígenas
“A gente acaba criando laços e me aproximei muito da aldeia, e neste sentido aumentou muito o carinho e a vontade que eles progridam. Torço bastante pra que aquela terra, depois do marco temporal, continue deles. Corre um risco muito grande este povo ter que sair de lá, e para a gente vai ser uma catástrofe. É muito importante eles estarem lá presentes porque aquele lugar historicamente sempre foi dos Paranapuã”, opinou o realizador.
No longa-metragem Diaspóricas, as personagens Érika, Nina, Sonia e Lene são mulheres negras em resistência que utilizam a música para existirem e que acabam se encontrando. “O filme acaba no encontro entre elas, mas começa contando a história das quatro artistas. A ideia é que a gente entenda e veja o personagem porque personagens negros não têm muita profundidade. Todas enfrentam coisas muito parecidas dentro das suas vidas. É repetitivo, mas o racismo age assim nas nossas vidas. No final de tudo e após o filme, elas viraram um quarteto e estão trabalhando juntas”, revelou a realizadora Mayara Varalho.
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A realizadora Mayara Varalho falou sobre a construção das personagens do longa Diaspóricas
Sobre o curta-metragem Samba de Latada, Roberta Jansen contou que o filme busca explicar a diferença para outros sambas e para as vertentes do forró, como o xote, o xaxado e o arrasta-pé. “Depois que começaram as discussões a respeito do forró como Patrimônio Imaterial do Brasil, passei a repensar o roteiro a partir da questão da ancestralidade. A gente queria que o filme trouxesse uma resposta para as pessoas sobre o que é a latada. Colocando a música brasileira numa árvore genealógica, eu queria entender se era um dos galhos ou se era realmente um tronco”, comentou Roberta Jansen, roteirista do curta-metragem.
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Roteirista do Samba de Latada, Roberta Jansen contou como foi a construção do roteiro e narrativa do curta-metragem
LPG EM PERNAMBUCO – O 14º Festival de Cinema de Triunfo é realizado durante um momento histórico para a cultura pernambucana, com as inscrições abertas para os editais da Lei Paulo Gustavo (LPG), com um investimento de R$ 101 milhões executado pelo Governo de Pernambuco para a cultura, em especial para o setor do audiovisual – que foi contemplado com quatro editais, totalizando R$ 73 milhões em recursos para a área.
Para apresentar cada um deles, Milena Evangelista, gerente de Política Cultural da Secretaria de Cultura, ministrará uma oficina dentro da programação do festival, nesta sexta (1º), às 14h, na Fábrica de Criação Popular. A oficina será realizada de forma gratuita e não é necessário fazer inscrições.
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Debate desta quarta (30) serviu para que os participantes possam fazer reflexões sobre os impactos das obras
A conversa girará em torno dos principais pontos dos editais, as regras de inscrição e aprovação, além de abrir espaço para tirar dúvidas dos realizadores presentes. “É uma oficina importante por dar oportunidade aos realizadores do Sertão ou que estejam participando do festival para esclarecer questões que tenham em relação às inscrições de seus projetos nos quatro editais abertos para o audiovisual, conhecendo ainda melhor os principais pontos deles”, declara Milena Evangelista. Clique aqui e confira a lista dos 12 editais lançados pela Secult-PE com recursos da LPG.
FESTIVAL - O 14º Festival de Cinema de Triunfo é realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com apoio da Prefeitura de Triunfo, Secretaria de Turismo, Desenvolvimento e Lazer de Triunfo, Sesc, Fecomércio, Senac e Associação Comercial.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO 14º FESTIVAL DE CINEMA DE TRIUNFO
QUARTA-FEIRA (30/08)
10h: Debate com os/as realizadores/as dos filmes exibidos na terça-feira (29/08)
Local: Praça do Avião
14h: Oficina Outros sertões e o minuto, ministrada por Mila Nascimento e Uilma Queiroz
Local: Fábrica de Criação Popular do Sesc-PE (Praça Dr. Arthur Viana Ribeiro, Triunfo)
14h: Sessão CineSesc
18h30: Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Tornar-se Monstra ou Humana (Experimental, 19 minutos, 2023, Recife, PE, 14 anos), de Catarina Almanova
Acessibilidade: Legenda
Cabiluda (Ficção, 20 minutos, 2022, Recife, PE, 14 anos), de aColleto e Dera Santos – Pernambucano
Acessibilidade: Legenda Descritiva
Amor by Night (Ficção, 19 minutos, 2022, Recife, PE, Livre ), de Henrique Arruda – Pernambucano
Amaná (Ficção, 15 minutos, 2023, Pedra Branca, CE, Livre), de Antônio Fargoni
Cama Vazia (Ficção, 6 minutos, 2023, SP, 16 anos), de Fábio Rogério e Jean-Claude Bernardet
Até que ponto? (Ficção, 20 minutos, 2022, RJ, 14 anos), de Ricardo Soares
Controle (Ficção, 13 minutos, 2023, AM, 12 anos), de Ricardo Manjaro
Cru (Experimental, 8 minutos, 2022, Campinas, SP, 12 anos), de Diego Ruiz de Aquino
20h30: Mostra competitiva de longa-metragem nacional
Marcos (Ficção, 70 minutos, 2023, RJ, 14 anos), de Filipe Codeço
QUINTA-FEIRA (31/08)
10h: Debate com os/as realizadores/as dos filmes exibidos na quarta-feira (30/08)
Local: Praça do Avião
14h: Oficina Outros sertões e o minuto, ministrada por Mila Nascimento e Uilma Queiroz
Local: Fábrica de Criação Popular do Sesc-PE (Praça Dr. Arthur Viana Ribeiro, Triunfo)
14h: Parceria Alumiar
Cine Holliúdy (Ficção, 91 minutos, 2012, CE, Livre), de Halder Gomes
Acessibilidade: Audiodescrição (AD), Legenda para Surdos e Ensurdecidos (LSE) e Libras
16h: Lucicreide Vai pra Marte (Ficção, 90 minutos, 2021, PE, Livre), de Rodrigo César
18h30: Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
SETHICO (Experimental, 14 minutos, 2021, PE, Livre), de Wagner Montenegro
Das águas (Documentário, 17 minutos, 2022, PE, Livre), de Adalberto Oliveira e Tiago Martins Rêgo
Acessibilidade: Legenda
Cantigas de Pai Francisco (Ficção, 21 minutos, 2021, PE, Livre), de Iyadirê Zidanes
Vão das almas (Ficção, 15 minutos, 2023, DF, 14 anos), de Edileuza Penha de Souza e Santiago Dellape
Acessibilidade: Legenda Descritiva, Audiodescrição, LIBRAS.
Festejar São Benedito Pra Todo Ano Chover (Documentário, 19 minutos, 2023, BH, Livre), de Gabriela Fernandes e João Diniz
Hiatos (Experimental, 7 minutos, 2021, Recife, PE, Livre), de Marcela Coêlho
20h30: Mostra competitiva de longa-metragem nacional
Rama Pankararu (Ficção, 98 minutos, 2022, PE, 12 anos), de Pedro Sodré
Acessibilidade: Legenda Descritiva
SEXTA-FEIRA (1º/09)
10h: Debate com os/as realizadores/as dos filmes exibidos na quinta-feira (31/08)
Local: Praça do Avião
14h: LPG em Pernambuco, com Milena Evangelista
Local: Fábrica de Criação Popular do Sesc-PE (Praça Dr. Arthur Viana Ribeiro, Triunfo)
14h: Oficina Outros sertões e o minuto, ministrada por Mila Nascimento e Uilma Queiroz
Local: Fábrica de Criação Popular do Sesc-PE (Praça Dr. Arthur Viana Ribeiro, Triunfo)
14h: Mostra competitiva de curtas e médias-metragens infanto-juvenis nacionais
Local: Theatro Cinema Guarany
Pomodora (Animação, 4 minutos, 2023, SP, Livre), de Rafael Silvério
Palavras Mágicas (Animação, 2 minutos, 2023, PR, Livre), de Carlon Hardt
Filha da Mãe D’Água (Ficção, 20 minutos, 2022, AM, Livre), de Bruno Pereira e Siderlane Souza
Acessibilidade: Libras
Os Três Porquinhos (Animação, 4 minutos, 2023, PB, Livre), de Tamires Campos
Ciranda Feiticeira (Animação, 8 minutos, 2023, PE, Livre ), de Lula Gonzaga e Tiago Delácio
Acessibilidade: Libras
Os Guerreiros da Rua 2 – A Missão (Ficção, 15 minutos, 2023, PE, Livre), de Erickson Marinho
15h30: Mostra competitiva de longa-metragem nacional
Além da Lenda – O filme (Animação, 86 minutos, 2022, PE, Livre), de Marília Mafé e Marcos França
Acessibilidade: Audiodescrição, libras e legendas
18h30: Mostra competitiva de curtas, médias-metragens e filmes experimentais
Dorme Pretinho (Documentário, 8 minutos, 2022, PE, Livre), de Lia Letícia Acessibilidade: Audiodescrição
Mãe (Ficção, 22 minutos, 2023, PE, 14 anos), de Natalia Tavares
Acessibilidade: Libras, Audiodescrição e LEGENDA PARA SURDOS E ENSURDECIDOS (LSE)
Mergulho (Ficção, 12 minutos, SP, 2022, Livre), de Marton Olympio e Anderson Jesus
Céu de Lua, Chão de Estrelas (Documentário, 25 minutos, 2022, PE, Livre), de Camilo Soares e Orun Santana
Acessibilidade: Legenda Descritiva
Dente (Ficção, 20 minutos, PE, 2023, Livre), de Rita Luna Acessibilidade: LDS, Libras e Audiodescrição
A gente tava era com saudade (Documentário, 15 minutos, 2022, PB, Livre), de Vanessa Oliveira
A Jornada (Experimental, 3 minutos, 2023, PE, Livre), de Edvaldo Santos
20h15: Mostra competitiva de longa-metragem nacional
Fim de Semana no Paraíso Selvagem (Ficção, 108 minutos, 2022, PE, 14 anos), de Severino Acessibilidade: Legenda Descritiva.
SÁBADO (2/09)
10h: Debate com os/as realizadores/as dos filmes exibidos no sábado (1º/09)
Local: Praça do Avião
14h: Oficina Outros sertões e o minuto, ministrada por Mila Nascimento e Uilma Queiroz
Local: Fábrica de Criação Popular do Sesc-PE (Praça Dr. Arthur Viana Ribeiro, Triunfo)
14h: Visita guiada ao Theatro Cinema Guarany com o CineRuaPE
18h30: Mostra Judith Quinto
Theatro Cinema Guarany: Uma longa história (Documentário, 22 minutos, 2011, PE, Livre), de Cineclube Caretas
Ser Mais que Cinza (Ficção, 19 minutos, 2014, PE, Livre), de Daniel Figueiredo e Cineclube Caretas
Quadrado (Documentário, 8 minutos, 2014, PE, Livre), Produção coletiva – Projeto Documentando coordenado por Marlom Meirelles
Cambindas (Documentário, 14 minutos, 2021, PE, Livre), de João Bosco Jr.
20h: Cerimônia de premiação do 14º Festival de Cinema de Triunfo