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Encontro dos Maracatus de Baque Solto celebra cultura, história e ancestralidade

Com apoio do Governo de Pernambuco, evento acontece na segunda-feira (3) e terça-feira (4) com homenagens ao mestre Barachinha e à mestra Gil

Divulgação

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Maracatu

A Prefeitura de Nazaré da Mata (Zona da Mata Norte) divulgou todos os detalhes da programação oficial do Encontro dos Maracatus de Baque Solto, tradição que acontece sempre na segunda-feira e na Terças-Feira de Carnaval. A iniciativa, que conta com o apoio do Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria Estadual de Turismo e Lazer (Setur-PE) e Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), reúne mais de 30 grupos culturais.

Em 2025 a festa, que tem como tema O Som do Maracatu É o Coração de Nazaré, é realizada nos dias 3 e 4 de março. Destaque desta edição é o retorno do evento, após muitos anos, para Praça João XXII, conhecida como Praça da Catedral. A programação é gratuita e aberta ao público.

O evento, que é tradição no calendário estadual de cultura, homenageia este ano o mestre Barachinha, do Maracatu Estrela Brilhante de Buenos Aires; e a mestra Gil, primeira poeta popular de versos de improviso, que ocupou, por décadas, o papel de mestra no Maracatu Feminino Coração Nazareno, da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata (Amunam).

No Encontro dos Maracatus de Baque Solto 2025 participam mais de 30 grupos de diferentes cidades da região. Além de Nazaré da Mata, integram a programação maracatus rurais dos municípios de Vitória de Santo Antão, Tracunhaém, Timbaúba, Carpina, Aliança, Condado, Lagoa de Itaenga, Buenos Aires, Chã de Alegria, Itambé, Ferreiros, Glória do Goitá, Araçoiaba, Lagoa do Carro e Itaquitinga.

A cultura popular do maracatu rural, segundo relatos históricos, surgiu na região canavieira, em meados do século 19, nos engenhos de cana-de-açúcar da região, pelos povos africanos trazidos à força para o Brasil e que trabalhavam escravizados.

Com a Abolição da Escravatura, em 1888, muitas dessas pessoas foram para a cidade grande. As que ficaram no interior e nas localidades rurais ganharam pequenos pedaços de terra para construírem sua casa, porém, continuaram trabalhando na lavoura de cana-de-açúcar. Os negros, após libertados, passaram a ser, juntamente com índios, caboclos e brancos pobres, protagonistas criadores da história e da cultura brasileiras.

Apesar de todo o sofrimento causado pelas péssimas condições de trabalho e moradia que estão ligadas à escravidão, a população negra contribuiu muito para o desenvolvimento do Brasil e ajudou na formação de nossa cultura, através das suas danças, músicas e costumes, como fazem os bricantes dos grupos de maracatus de baque solto, que resistem até os dias atuais, atravessando várias gerações.

Em Nazaré da Mata há 19 grupos. A brincadeira popular, que surgiu no terreiros dos canais, tem em sua representação figuras e personagens que remetem à cultura africana, indigena e europeia, a exemplo da Corte. Caterina (ou Catita), Mateus e a Burra são os abre-alas da brincadeira.

Em seguida entram em cena dois cordões de Caboclos de Lança, que são comandados pelo Mestre de Caboclaria, juntamente com dois cordões de Baianas (baianal) e os Caboclos a Reamar (também chamados de Caboclo de Pena). Integram o grupo o Estandarte, o Porte-Estandarte e os componentes da Corte. A Dama do Buquê, Rainha e Rei, Escravo com o Palio, Menino da Boneca (ou Dama do Passo) e a Boneca de Pano Preta.

Para além da beleza dos personagens, outra marca registrada é o Mestre, Contramestre e a Orquestra. Essa Orquestra é composta pelo terno, formado pelos instrumentos caixa, ganzá e bombinho, cuíca ou porca, além do gongué.

A Orquestra (ou Terno), também é composta por instrumentos de sopro como saxofone, trompete, trombone, pistão e clarinete.

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