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Exposição Açúcar: Um Doce Meio Amargo prorrogada até 28 de dezembro

Mostra em Pernambuco é fruto de uma parceria entre Secretaria de Cultura/Fundarpe, Embaixada do Reino dos Países Baixos e o Instituto Plataforma Brasil (IPB)

Franceso Zizola

Diante do sucesso de visitação, a mostra Açúcar: Um Doce Meio Amargo, desenvolvida pela fundação holandesa Noorderlicht e que retrata a produção do açúcar no Brasil, Holanda, Indonésia e Suriname, ficará em cartaz no Museu do Estado de Pernambuco (MEPE) até o dia 28 de dezembro deste ano. A exposição envolve o trabalho de seis renomados fotógrafos de vários países, sendo eles: Alejandro Chaskielberg, James Whitlow Delano, Ed Kashi, Carl de Keyzer, Tomasz Tomaszewski e Francesco Zizola.

Açúcar: Um Doce Meio Amargo já passou pelos outros três países já citados, colonizador e colônias, ligados pela produção do açúcar. A primeira edição brasileira da mostra aconteceu entre outubro e novembro de 2013, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) e foi um dos destaques do Festival de Fotografia de Campinas Hercule Florence. Em cada lugar por onde passou, a mostra incorporou aspectos regionais. Não será diferente em Pernambuco, onde teremos outras imagens relativas ao tema central da exposição, que estarão impressas em sacas de açúcar, compondo o cenário da mostra.

Estas fotografias são fruto de um workshop que foi ministrado pelo fotógrafo e artista multimídia Iezo Kaeru. A oficina fotográfica envolveu seis jovens fotógrafos e fotógrafas do projeto Oi Kabum! Escola de Arte de Tecnologia do Recife. Eles realizaram diversas saídas, com visitas aos engenhos Monjope (Igarassu), Engenho Moreno, Engenho Una e Usina Auxiliadora (todos em Moreno), além dos centros das cidades de Goiana e Recife. Os alunos registraram em torno de 3 mil fotografias, das quais 44 foram selecionadas para serem impressas nas sacas de açúcar.

Ed Kashi/Divulgação

A exposição Açúcar: Um Doce Meio Amargo propõe uma reflexão sobre o passado, o presente e o futuro deste produto tão importante na história da humanidade e seu papel na globalização do mundo de hoje. A edição pernambucana da mostra está sendo realizada graças a uma parceria do Governo de Pernambuco, através da Secult e Fundarpe, com a Embaixada do Reino dos Países Baixos, cuja sede fica em Brasília, e Instituto Plataforma Brasil (IPB). O projeto recebe ainda co-patrocínio da Empetur e apoio da Akzo Nobel.

A vinda da mostra para Pernambuco é resultado do reconhecimento do Governo sobre a importância da economia da cana-de-açúcar para o estado. “Além da relevância estética, considerando a excelente produção fotográfica que reuniu trabalhos de fotógrafos de vários países, existe a necessidade de contribuir com o aspecto itinerante da exposição, que passou pelos territórios onde o cultivo desta matéria-prima foi decisivo para sua economia e cultura. Pernambuco não poderia deixar de apoiar esta iniciativa e agora esperamos que possa ser bastante visitada, por toda população do estado”, avalia o secretário de Cultura Marcelo Canuto.

HISTÓRIA - O cultivo do açúcar está nas raízes do Brasil, trazido pelos colonizadores no século 16. História bem definida pelo historiador Evaldo Cabral de Mello, no livro Um imenso Portugal (2002): “O açúcar inventou uma paisagem originalíssima, marcada pelos canaviais e pelo decantado ‘triângulo rural’, a casa-grande e a senzala, a capela e a fábrica, mas também depredou o meio físico, empobreceu o solo, poluiu as águas dos rios e devastou a Mata Atlântica. Ele desenvolveu um estilo de vida que marcou a existência de todas as camadas da população que integrou, reservando, contudo, seus privilégios a uns poucos”.

Alejandro Chaskielberg

Alejandro Chaskielberg

Usina abandonada em Suriname

O doce calórico ajudou as sociedades urbanas europeias a crescerem a um nível nunca visto antes das conquistas das colônias nos trópicos, terra fértil para a produção da cana-de-açúcar, que tornou-se o produto mais valioso comercializado mundialmente. Assim, Holanda, Brasil, Suriname e Indonésia são países historicamente interligados peloaçúcar. A Holanda, depois de ser expulsa do Brasil em 1654 pelos portugueses, passou a cultivar a cana no Suriname e na Indonésia. Finalmente, o país passou a produzir seu próprio açúcar a partir da beterraba, cultivada em suas terras argilosas.

O açúcar da beterraba cresceu fortemente no século 20, mas declinou com a diminuição dos subsídios agrícolas na União Europeia. Muitos agricultores pararam de produzir e as fábricas fecharam. No Suriname, restaram somente as sombras da produção, feita pelas mãos de escravos e imigrantes que depois chegaram. Na Indonésia – atualmente o segundo maior importador de açúcar – as fábricas do século 19 milagrosamente ainda estão em atividade. No Brasil, ao contrário, o açúcar e seus deriva¬dos como o etanol, estão em pleno desenvolvimento. O país tornou-se o maior exportador do mundo. Portanto, deve encontrar um caminho sustentável para este doce meio amargo.

Serviço
Exposição Açúcar – Um doce meio amargo
Encerramento: Domingo (7)
Museu do Estado de Pernambuco (Av. Rui Barbosa, 960, Graças)
Visitação: De 11 de dezembro a 10 de janeiro de 2015
Terça a sexta, das 9h às 17h | Sábados e domingos, das 14h às 17h
R$ 5 (inteira) e R$ 2,50 (meia)
Mais informações: (81) 3184 3170

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