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Exposição na Fundaj celebra memórias da Nação Xambá, Patrimônio Vivo de Pernambuco

Sob coordenação do Museu do Homem do Nordeste, mostra será aberta na quinta-feira (2/03), às 16h, na Galeria Massangana, e contará com apresentação do Afoxé Ylê Xambá

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A exposição Memórias da Nação Xambá – 20 anos do Memorial Severina Paraíso da Silva “Mãe Biu” será aberta na Galeria Massangana, no campus Gilberto Freyre da Fundaj

Uma história de tradição, resistência e heranças será celebrada na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), por meio do Museu do Homem do Nordeste. Na próxima quinta-feira (2), a exposição Memórias da Nação Xambá – 20 anos do Memorial Severina Paraíso da Silva “Mãe Biu” será aberta na Galeria Massangana, no campus Gilberto Freyre da Fundaj, em Casa Forte. A mostra é um mergulho na história do Terreiro Santa Bárbara, o Terreiro Xambá, das tradições religiosas e de Mãe Biu e é fruto de uma parceria entre a instituição federal e a Casa Xambá, Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Marcada para começar às 16h, a abertura da mostra contará com uma apresentação do Afoxé Ylê Xambá, ritmo que representa as raízes afro-brasileiras. O evento será gratuito e aberto ao público.

“A exposição é um convite à exploração de elementos de identificação, de memória e resistência de um povo que luta pela preservação dos ritos e das tradições religiosas da Nação Xambá, fundando o que hoje é considerado o primeiro quilombo urbano do Norte e Nordeste e o segundo do país. Receber o Terreiro de Santa Bárbara – Nação Xambá na casa do abolicionista Joaquim Nabuco Nação e possibilitar que fique visível para outros públicos, é, realmente, motivo de celebração”, destaca  a socióloga e coordenadora de Exposições e Difusão cultural do Museu do Homem do Nordeste,  Silvana Araújo.

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A mostra está dividida em três núcleos: Fundação, Repressão e Resistência; Origem da ancestralidade Xambá na África; e Memorial Severina Paraíso da Silva – Mãe Biu

A exposição está dividida em três núcleos: Fundação, Repressão e Resistência; Origem da ancestralidade Xambá na África; e Memorial Severina Paraíso da Silva – Mãe Biu. Estarão dispostos pela sala uma representação do Trono utilizado por Mãe Biu, documentos, fotografias, objetos e indumentárias que revelam o universo sagrado do Candomblé e da comunidade de Xambá. A mostra conta com a participação da equipe do Museu do Homem do Nordeste, desde a curadoria à montagem.

“A exposição foi toda concebida com parte da equipe do Museu do Homem do Nordeste junto com a comunidade do Xambá, então é uma curadoria compartilhada. Após essa exposição, os painéis de textos e fotografias, elaborados e impressos pela Fundaj, serão doados ao memorial. É uma forma do Muhne ajudar um museu comunitário de Pernambuco”, explica Henrique de Vasconcelos, museólogo e um dos curadores da mostra.

O Terreiro de Santa Bárbara – Nação Xambá tem destaque pelo trabalho sociocultural que desenvolve, por meio da inclusão da música ancestral e da manifestação do coco de roda, e por manter a tradição oral, o compromisso com a memória e a identidade cultural e religiosa.

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Parte do acervo do Memorial Severina Paraíso da Silva que será exposto passou por restauros no Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte) da Fundaj

A Nação  - O início dos trabalhos da Nação Xambá no Recife aconteceu por volta da década de 1920 e essa história se mistura com a de resistência do Candomblé no Brasil. Segundo a tradição oral, o terreiro começou com a vinda do Babalorixá Artur Rosendo de Alagoas para a capital pernambucana. Ele fundou a Seita Africana São João, no bairro de Campo Grande, e foi responsável por iniciar vários filhos e filhas nas tradições da Nação Xambá.

A trajetória do terreiro seguiu com Severina Paraíso da Silva, a Mãe Biu, personagem fundamental na conexão com a ancestralidade negra e na preservação dos ritos no espaço. A matriarca lutou contra a repressão policial quando a Nação Xambá ainda precisava de licença da polícia para funcionar – obrigação que deixou de ser necessária com a Lei estadual nº 7.669, de 1978, que isenta de licença a prática de Cultos Afro-Brasileiros.

Por isso, mergulhar na história de Mãe Biu é entender também a profundidade do terreiro, que dedicou um museu com o seu nome para celebrar essa memória. O Memorial Severina Paraíso da Silva foi criado em 2002 com recursos da própria comunidade e tem como objetivo resgatar, preservar e divulgar o Terreiro Santa Bárbara e suas expressões, desde o culto aos orixás às festividades que lhes são dedicadas.

“Completamos 20 anos de funcionamento e somos uma referência pois somos o único terreiro em Pernambuco que tem um museu, então atraímos escolas e pesquisadores. Essa exposição é uma vitória. Que esses 20 anos não passem em branco”, celebra Hildo Leal da Rosa, um dos curadores da exposição, historiador e filho de Santo.

Parte do acervo do Memorial Severina Paraíso da Silva que será exposto passou por restauros no Laboratório de Pesquisa, Conservação e Restauração de Documentos e Obras de Arte (Laborarte) da Fundaj. Os restauradores recuperaram documentos e objetos por meio de técnicas como desinfestação, higienização e laminação. Um desses objetos é a miniatura do barco utilizado por um fiel em uma promessa para os Santos Cosme e Damião em 1957.

“O barco estava bastante frágil e danificado, por isso, pra que ele tivesse condições de ser exposto, foi realizada uma conservação curativa e algumas etapas de restauro, que consistiu em: higienização, planificação de parte do suporte, refixação da camada pictórica, preenchimento de lacunas, recomposição de partes faltantes, colagem, nivelamento e reintegração cromática. Apesar de tudo o que foi realizado, ainda há muito trabalho a ser feito pra que ele volte à sua forma original”, explicou Cecília Sátiro, restauradora e chefe do Laborarte.

Serviço:
Exposição Memórias da Nação Xambá – 20 anos do Memorial Severina Paraíso da Silva “Mãe Biu”
Local: Galeria Massangana, Campus Gilberto Freyre da Fundaj (Avenida 17 de Agosto, 2187, Casa Forte, Recife-PE)
Data: 2 de março
Horário: 16h
Visitação gratuita

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