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Festival de Danças Negras da Gira Ara Dúdú ocupa espaços culturais do Recife

Celebração, que acontece desde o dia 9 e vai até domingo (17), conta com incentivo do Funcultura

Demison Silva/Divulgação

Demison Silva/Divulgação

Festival de Danças Negras

A Gira Ara Dúdú realiza seu primeiro Festival de Danças Negras, que tem como temática O que o Corpo Negro Come?. A celebração acontece teve início nos dias 9 e 10 de dezembro e continua, esta semana, de sexta-feira (15) até domingo (17). O acesso ao público é gratuitamente e ocorre em quatro espaços culturais recifenses: Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo; Centro Cultural Apolo-Hermilo; Caixa Cultural Recife; e Paço do Frevo. O festival contempla também a acessibilidade, com atividades disponíveis em libras.
Contemplado pelo edital do Sistema de Incentivo à Cultura (SIC) 2020/2021, o festival tem o apoio da Prefeitura do Recife e incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) 2020/2021.
A programação oficial conta com espetáculos, oficinas, imersão, rodas de conversa, mostra negra de videodanças e instalação proporcionando participações pernambucanas e de outros Estados do Nordeste como Bahia, Maranhão, Ceará e Rio Grande do Norte, além de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiás.
As participações ao longo do festival são: Paulo Queiroz (PE), Mestra Dan Dara (MA/BA), Mestra Di (PE), Vilma Carijós (PE), Mestra Nice Teles (PE), Orun Santana (PE), Sérgio Lelo (PE), Maria Livreira (PE), Diogo Lins (PE), Iara Izidoro (PE), Akuenda Translésbicha (PE), Tieta Macau (MA/CE), Luciane Ramos Silva (SP), Sophia Wiliams (PE), Briê (PE), Quilombo do Catucá (PE), Camila Ribeiro (GO), Ruanda (PE), Olefun Helaynne Sampaio Viana (PE), Coletivo Nudaafro (RJ), Odara Nur Mahin/Resistência Bellyblack (RJ), Guilherme Allain (PE), Rayane Nátale Calixto (MG/RN), Victor Freitas (CE), Emerson Dias (PE), Luís Eduardo (DF), Lua Maria (PE), Estes Soares (PE), Una (PE), Orí Cia. de Dança (PE), Moabia Ferreira (PE), Deybson de Oxalá (PE), Danielle Vieira (PE), Elaine de Oxum (PE), Raquel Araújo (PE) e Gleice Barbosa (PE).
A Gira Ara Dúdú nasce do movimento de Jamila Marques, Renata Mesquita e Dandara Marques, todas mulheres negras, mães, artistas e pesquisadoras que juntas formam o núcleo Ara Agontimé. O festival também conta com a coordenação de curadoria, realizada por Sophia Williams e Diogo Lins.
“O festival surge com o objetivo de refletir sobre o legado ancestral da memória e cultura dos corpos negros dançantes que tecem histórias na cidade do Recife e no Estado de Pernambuco. Nossa temática também busca a reflexão sobre as nutrições do corpo desde o nascer, seus deslocamentos nas tessituras e dramaturgias do existir e ainda como são moldados e incorporados padrões que violentam nossas vidas e adoecem nossos corpos”, explica Renata Mesquita.

CHAMAMENTO - A etapa inicial foi concluída após a divulgação do resultado do chamamento público, que ficou aberto de 21 de agosto até 25 de setembro. Todas as videodanças e apresentações de trabalhos dos Giras de Experimentos Dançantes (GEDs) foram voltadas para pessoas negras (autodeclaradas pretas e pardas), quilombolas e indígenas de todo o Brasil. A lista completa está disponível no site oficial.
Dos oito Estados brasileiros que participaram do chamamento público metade são do Nordeste. Além de Pernambuco, realizaram a inscrição Bahia, Ceará e Rio Grande do Norte. Pará, Goiás e Rio de Janeiro, mais o Distrito Federal, foram os outros participantes.
“A Gira Ara Dúdú existe para juntar saberes negros por meio da dança, da performance, do espetáculo, da oficina, dos grupos de experimentos dançantes, das videodanças e das apresentações de pesquisa e de toda a arte. A gente chega para potencializar a cadeia produtiva artística das pessoas negras. Dessa forma dezenas de profissionais fazem essa mobilização dentro e fora de Pernambuco para ampliar o aquilombamento pelo Brasil”, ressalta Dandara Marques.
O objetivo do chamamento público é compartilhar produções de saberes de artistas da dança, mestras, mestres, brincantes da cultura negra, capoeiras, performer, intérpretes e criadores de danças negras, pesquisadoras, pesquisadores e estudantes de diversas idades maiores de 18 anos.
As candidaturas de artistas da dança que são mães, idosas, idosos, mulheres (cis e trans) e não binários negres foram consideradas como grupos prioritários durante etapa do chamamento.
As propostas selecionadas na categoria de videodança são apresentadas na mostra audiovisual de danças negras durante os dias de festival. Já as escolhidas na categoria de vivências, relatos de experiências, escrevivências das/os/es corpas/es/os e/ou pesquisas em danças negras compõem a programação dos GEDs.
A inscrição foi gratuita, mediante o preenchimento do formulário, com um limite de uma proposta por titular, sendo também permitido participar das duas categorias com uma submissão por vez — videodanças (até 20 minutos de duração, online) ou Giras de Experimentos Dançantes (até 15 minutos de apresentação, presencial).
Os vídeos selecionados durante o chamamento são exibidos na Mostra Negra de Videodancas com duas sessões ao longo do festival.
A equipe técnica do Festival de Danças Negras é formada por Aline sou (gestão mídias sociais), Daniel Lima (assessoria de imprensa), Diego Amorim (design), Gabi Izidoro (produção), Línea Guimarães (identidade visual), Marconi Bispo (redes sociais e texto), Rennan Peixe (audiovisual) e Sérgio Lelo (arte e tecnologia), além de Dandara Marques, Jamila Marques, Renata Mesquita à frente da gestão.

Programação:

Caixa Cultural Recife, 15/12

10h às 18h – Instalação de Arte e Tecnologia – ARA [Corpo] de Lelo (PE) – local: Cofre – Galeria 1
9h às 12h – Oficina para Criança de Escolas Públicas com Maria Livreira (PE) – Mojubá: Corpo em Movimento com as brincadeiras africanas de Weza – local: Oficina 1
14h às 17h – GEDs Giras de Experimentos Dançantes – Mediação e Curadoria: Diogo Lins (PE) – local: Oficina 1, Sala multimídia e Octógono

1) A Luz do Terreiro, de Emerson Dias (PE) – exibição de vídeo
2) Sem Folhas Não Há Òrisá, de Lua Maria (PE) – performance
3) Ekó, Dança das Yabás, de Ester Soares (PE) – processo criativo
4) Corpo Coco: Dos Ombros, Ancas e Pés, de Una (PE) – prática artístico-pedagógica em danças negras
5) Dança Nagô: Potência Negra Ancestral dos Ensinamentos de Mãe Amara, de Olefun Helaynne Sampaio Viana (PE) – experiências, vivências, escrevivências em danças negras
6) Raízes Negras, de Orí Cia de Dança (PE) – performance
7) Nas Giras e Encruzilhadas: Corpo, Voz e Movimento como Instrumento Pretagógico e Caminhos para Cura, de Moabia Ferreira, Deybson de Oxalá, Danielle Vieira & Elaine de Oxum (PE) – práticas artístico-pedagógicas em danças negras
8) Yalomi: Elas São Rios que Navegam nas Lembranças, de Raquel Araújo (PE) & Gleice Barbosa (PE) – performance

17h às 19h – Abertura – Negras Homenagens – Local: Sala Multimídia

Centro Cultural Apolo-Hermilo, 15/12

20h30 – Espetáculo O Agora Não Confabula com a Espera – Iara Izidoro (PE, 75 minutos) -classificação: 12 anos

Caixa Cultural Recife, 16/12

10h às 18h – Instalação de Arte e Tecnologia – ARA [Corpo] de Lelo (PE) – local: Cofre – Galeria 1
13h às 16h – Gira – Afrofagia: O que Alimenta o Corpo Negro?, com Iara Izidoro (PE), Tieta Macau (MA/CE), mediação e debate Akuenda Translésbicha (PE) – local: Sala Multimídia
18h às 20h – Mostra Negra de Videodanças – mediação e curadoria: Sophia Wiliam (PE) – local: Sala Multimídia:

1) A Dança do Fogo (classificação livre), de Ruanda (PE)
2) Andanças (classificação livre), de Rayane Nátale Calixto (MG/RN)
3) Corpo Baldio (classificação livre), de Guilherme Allain (PE)
4) Escuta (classificação livre), de Camila Ribeiro (GO)
5) Ire (classificação livre), de Luís Eduardo (DF)
6) Oyá (classificação livre), de Odara Nur Mahin/Resistência Bellyblack (RJ)
7) Negrume da Guerra (classificação: 12 anos), de Victor Freitas (CE)

Centro Cultural Apolo-Hermilo, 16/12

9h às 12h – Oficina com Luciane Ramos Silva (SP) – Corpo em Diáspora
20h – Espetáculo Rezos pra Rasgar o Mundo – Tieta Macau (MA/CE, 45 minutos a 1 hora) – classificação livre

Centro Cultural Apolo-Hermilo, 17/12

9h às 12h – Oficina Reocúpelve com Briê (PE)

Caixa Cultural Recife, 17/12

10h às 18h – Instalação de Arte e Tecnologia – ARA [Corpo] de Lelo (PE) – local: Cofre – Galeria 1
9h às 12h – Oficina – Orun Santana (PE) para Crianças Orun pra Erê – local: Oficina 1
10h às 11h – Mostra Negras de Videodanças – local: Sala Multimídia

Paço do Frevo, 17/12

14h às 16h – Gira: Pensar Diasporicamente – Corpo Negritude, Tremores e Conjunturas, com Luciane Ramos Silva (SP)
16h às 18h – Macumbaria – apresentação GEDs com Quilombo do Catucá (PE)

Mais informações no Instagram do projeto.

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