Festival Pernambuco Meu País abre edição de Serra Negra com uma noite de grandes encontros musicais
Lia de Itamaracá, Ave Sangria, Barão Vermelho e Ana Carolina celebraram, ao lado do Espetáculo PEMP, a força da cultura popular e da música brasileira
Postado em: Música | PE Meu País
O legado da vida e obra de mestres da cultura popular, o rock setentista do udigrudi pernambucano, a ciranda de Itamaracá e o rock nacional foram as grandes estrelas desta primeira noite do Festival Pernambuco Meu País em Bezerros. O Pátio de Eventos de Serra Negra, já charmoso e aconchegante por si só, ficou ainda mais bonito com a grande festa da cultura que aporta pela segunda vez no local, voltando à cidade após a edição 2024. A noite contou com shows do Espetáculo Pernambuco Meu País, de Ave Sangria, Lia de Itamaracá, Barão Vermelho e Ana Carolina.
Para a governadora Raquel Lyra, que marcou presença no evento, o festival se consolidou e retorna à Serra Negra com muita alegria. Antes de chegar ao palco, ela circulou pelo pátio conversando com comerciantes e público. “Depois de mais de uma hora de caminhada vi que aqui tem gente de tudo quanto é cidade, de todas as idades, todas felizes por poderem curtir um festival multicultural como esse. É lindo ver o quanto a gente tem a força da nossa cultura, da nossa tradição, da nossa história gerando emprego e renda para a população”, ressaltou a governadora.
Sentimento este endossado pela secretária de cultura do Estado, Cacau de Paula. “Depois do sucesso que foi 2024, passando por oito cidades, a edição 2025 tem celebrado essa diversidade do festival em dez cidades, ampliando a interiorização da cultura. E Serra Negra em especial, pelo friozinho, que vira um atrativo a mais além do festival, de tantas linguagens que são contempladas, convida as pessoas. Os hotéis estão lotados, as pousadas, as casas também e todo mundo está vivendo esse grande festival. Estamos juntando grandes artistas regionais e nacionais, nomes daqui de Bezerros, então com certeza vai ser uma edição de sucesso aqui”, pontuou a gestora.
Noite de shows e celebração da cultura – Quem primeiro subiu ao palco foi o elenco do Espetáculo Pernambuco Meu País, que tradicionalmente abre as noites de todas as cidades, sempre às sextas. Com direção musical de Maciel Salu e coreográfica de Maria Paula Costa Rêgo, a apresentação é pautada pela vida e obra dos três homenageados do festival: Mestre Salustiano, Severina Lopes e Manoel Eudócio. Do cavalo marinho ao coco, do maracatu à tradição do barro, música e dança se costuram entre as linguagens que são uma grande celebração da cultura popular pernambucana.
E esse espírito de festa dos ritmos locais permaneceu no palco com o show de Lia de Itamaracá. A diva da ciranda se apresentou pela primeira vez em Bezerros, trazendo a tradição litorânea da ciranda para o Agreste. “Estou muito feliz, é muito carinho que sinto e muita responsabilidade. A ciranda vai ao mundo. E se a ciranda não vai ao mundo, eu viro minha ciranda.” Patrimônio Vivo de Pernambuco, Lia chega aos 81 anos ainda com o vigor de quem ama o que faz, e faz pelo coletivo, salvaguardando uma das manifestações culturais mais autênticas de Pernambuco, levando a ciranda por onde passada.
Logo na sequência foi a vez da banda Ave Sangria de se apresentar. Grupo icônico do rock progressivo pernambucano dos anos 1970, ele continuam encantando as novas gerações com suas letras sagazes e melodias hipnotizantes. Mais de 50 anos depois, as canções de Ave Sangria continuam ecoando nas playlists dos pernambucanos e levando crianças e adolescentes a comparecerem ao show. “A gente cantou a nossa realidade, o que a gente sentia, o que a gente pensava em relação ao mundo. E acredito que isso, desde 1974 até agora, toca os jovens. Eu agora mesmo recebi o presente de uma menininha que devia ter no máximo 12 anos de idade. Então você vê que a coisa continua, ainda atinge a juventude hoje. Eu acho que está nessa autenticidade o segredo da história”, contou o vocalista Marco Polo após o show.
Continuando na força do rock, Barão Vermelho colocou o Pátio de Eventos da Serra para dançar e cantar em uníssono seus maiores sucessos, clássicos da música brasileira como “Exagerado”, “Puro Êxtase”, “Maio Abandonado” e “Bete Balanço”. Foi um show para ficar na historia, celebrar o legado de Cazuza e da pluralidade da música brasileira. Assim como o de Ana Carolina, que encerrou essa primeira noite do PEMP na Serra Negra. A cantora trouxe para o evento seu show de 25 anos de carreira, com repertório e projeções que reafirmam que ela é um dos maiores nomes da música nacional. Não faltou hits como “Encostar na tua”, “Garganta”, “Confesso”, “Pra rua me levar”, “Rosas’ e “A canção tocou na hora errada”.


