Filmes de horror atraem grande público à sala de cinema do FIG
Medonho - Mostra de Cinema de Horror de Garanhuns trouxe seis produções brasileiras recentes do gênero
Postado em: Audiovisual | Festival de Inverno
Por: Raquel Holanda
Fruto da convocatória da linguagem de audiovisual da Secretaria de Cultura de Pernambuco para o Festival de Inverno de Garanhuns, a Medonho – Mostra de Cinema de Horror de Garanhuns aconteceu na noite da última quarta-feira (22) com a exibição de seis curtas-metragens nacionais recentes do gênero. A mostra foi uma realização do Cineclube Toca o Terror, primeiro cineclube do gênero na cidade do Recife.
De acordo com coordenadora de audiovisual da Secult/PE, Milena Evangelista, a mostra significa a junção de um gênero que nunca fora trabalhado em ações durante o FIG, sendo uma inovação, assim como uma representação de uma produção que vem crescendo também em Pernambuco. Para o realizador da Mostra, Jarmeson de Lima, a ideia de fazer a mostra durante o FIG surgiu dentro do seu cineclube, Toca o Terror, para colaborar com a circulação de filmes nacionais de terror de difícil acesso.
A mostra Medonho teve início às 21h10 e apresentou para o público seis curtas-metragens. Eles foram: “Judas”(2014), de Joel Caetano; “Ne Pas Projeter” (2015), de Cristian Verardi; “O Segredo da Família Urso” (2014), de Cíntia Domit Bittar; “Sexta-Feira da Paixão” (2014), de Ivo Costa; “Carne” (2013), de Caco Nigro e “O Desejo do Morto” (2013), de Ramon Porto Mota.
Com casa cheia, o Cine Eldorado reuniu um público amante de horror e também curiosos. O casal André Gomes e Luar Verlane foi um desses casos. “Já havíamos assistido outra sessão da Mostra de Cinema e resolvemos hoje assistir os filmes de horror, mas sinceramente não gostei”, comentou Luar. Mas a realização de um debate ao fim da sessão com o diretor pernambucano Caco Nigro revelou que em Garanhuns há, sim, um público que gosta do gênero e se interessa por essa produção.
O momento do debate mal tinha começado e a professora de engenharia Nelia Lima já levantou a mão para fazer a primeira pergunta, “Fiquei curiosa para saber o que motivo o diretor a fazer a história, fiquei com a sensação de que o filme era sobre como nasce um psicopata”, indagou Nelia. O diretor Caco Nigro a respondeu que sua intenção era antes mesmo de saber que gravaria Carne, era de fazer uma produção sobre psicopata, mas com um ponto de vista diferente. “Quem é essa pessoa, o que formou esse pensamento, e Carne acabou sendo um trabalho meio que sobre a formação da psicologia da criança”, explicou o cineasta.
Outro espectador da sessão e do debate, Eduardo Holanda, aproveitou a oportunidade de encontro com o diretor para questioná-lo sobre as dificuldades de produção de cinema. O cineasta falou que a produção contou com financiamento de editais estaduais e federais, além apoios de autarquias municipais e particulares.
Ainda sobre as condições de produção da obra, a coordenadora de audiovisual da Secult/PE, Milena Evangelista, questionou o diretor sobre o processo de encontrar equipe para fazer o filme. “Mesmo o filme sendo forte, o clima de trabalho foi bem tranquilo, não tive muita dificuldade. Por ser um drama que flerta com horror, a equipe gostou e ficou curiosa para trabalhar numa produção diferente”, finalizou o diretor.

