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Grupo Magiluth se permite sonhar perigosamente

Coletivo pernambucano abre a programação de artes cênicas do 26º FIG, nesta quinta-feira (21), no Teatro Luiz Souto Dourado

Por: Márcio Bastos

Em um momento histórico marcado pela intolerância, por um cenário político desolador, no qual se posicionar em prol de uma sociedade mais justa e igualitária é um ato de coragem (ousadia, até), obras como O Ano Em Que Sonhamos Perigosamente, do Grupo Magiluth, funcionam como um lembrete de que é preciso ocupar e resistir – em todas as esferas – diariamente. O espetáculo abre a programação de artes cênicas do 26º Festival de Inverno de Garanhuns nesta quinta-feira (21), às 21h30, no Teatro Luiz Souto Dourado.

Renata Pires

Renata Pires/Divulgação

Obra é uma necessária provocação em tempos de desilusões políticas.

Com direção Pedro Wagner, que também é responsável pelo texto com Giordano Castro, O Ano Em Que Sonhamos Perigosamente toma como base os pensamentos de teóricos contemporâneos como Slavoj Zizek, assim como de cânones, como Gilles Deleuze, para problematizar a situação político-social. Esses fundamentos acadêmicos são o alicerce para a aproximação das questões com a realidade na qual o grupo está inserida, sendo, portanto, um reflexo desse tempo-espaço. Da sociedade e de seus indivíduos. O macro e o micro olhados a partir de vivências quase dilacerantes.

Oitavo trabalho do grupo, a obra estreou em 2013 e, desde então, já circulou pelo País, solidificando a posição do Magiluth como um dos coletivos mais vibrantes do teatro nacional. A apresentação em Garanhuns, no entanto, tem significado particular para os integrantes, especialmente para Pedro Wagner, Mário Sérgio Cabral e Erivaldo Oliveira, os dois primeiros nascidos na cidade, e o último natural de Caetés, mas que passou parte da vida na cidade vizinha.

“Voltar ao FIG é sempre muito importante pra mim. Participo dele desde 2001, quando ainda tinha 12 anos e integrava o Grupo Diocesano de Artes do colégio em que eu estudava. Se existe um palco em todo o Brasil que me arrepia mais que o normal, este é o Luiz Souto Dourado. Foi ali que tudo começou. Existe uma espécie de magia mesmo” pontua Mário Sérgio.

Renata Pires

Renata Pires/Divulgação

Trabalho põe em relevo as angústias da contemporaneidade.

O sentimento é compartilhado por Erivaldo Oliveira, que vê na apresentação uma possibilidade de reencontro com sua formação, assim como uma troca com o público da cidade, que tem, com o FIG, a oportunidade de contato com obras esteticamente mais ousadas.

“Garanhuns foi o primeiro palco para mim, Pedro e Mário Sérgio. Voltar é muito importante. Estivemos aqui com o Viúva, Porém Honesta, em 2013, e agora trazer esse trabalho, tentar fazer com que as pessoas levem isso [a ideia do espetáculo] para vida, essa possibilidade de se posicionar estética e conscientemente.  Garanhuns, infelizmente, não é naturalmente uma rota de peças, então é interessante poder levar para lá esse trabalho que propõe sair da zona de conforto”, reforça Erivaldo.

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