Iezu Kaeru facilita a oficina Luz Quilombola no município de Pesqueira
Atividade acontece na Comunidade Quilombola de Negros do Osso
Postado em: Formação Cultural
Por meio da abordagem da fotografia documental e da linguagem multimídia, projeto idealizado pelo fotógrafo, artista multimídia e educador iezu kaeru oferece a jovens moradores e moradoras de comunidades indígenas oficinas de fotografia que se propõem a introduzir conceito, técnica, história e práticas fotográficas à vivência social nesses territórios étnicos. As atividades, que convidam os participantes a vivenciar a poética da construção da imagem no sentido de construir conhecimento coletivamente, têm incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura).
Os fundamentos do projeto se baseiam no aprofundamento da discussão sobre o papel da fotografia em seus meandros éticos e sociais explorando novos mundos no mundo dos jovens.
A Comunidade Quilombola de Negros do Osso, no município de Pesqueira, Agreste de Pernambucio, é a próxima comunidade quilombola a receber o projeto, que também será realizado na comunidade de Contendas, localizada em Salgueiro, no Sertão pernambucano.
Em Negros do Osso a oficina acontece, de 16 a 22 de novembro, das 13h às 17h, na Escola Municipal Quilombola Governador Eduardo Henrique Accioly Campos. As inscrições estão abertas para jovens com idades a partir de 14 anos que vivem na comunidade e podem ser realizadas na própria secretaria da escola ou pelo email: luzquilombola@gmail.com. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone: (81) 98401-0256.
A iniciativa promove o intercâmbio de conhecimento. As vivências exploram desde o princípio da produção de imagens até o vídeo. Por isso as lições envolvem a construção de caixas mágicas, imersão na floresta de sons, fotografia de olhos vendados, entre outros recursos para desenvolver os sentidos dos educandos e das educandas.
A metodologia pedagógica inclui uma robusta culminância no fim da oficina: a produção do grupo também é apresentada no formato de exposição coletiva e em um catálogo impresso construído a partir de elementos visuais trazidos pelos próprios participantes. Um perfil no Instagram (@luzquilombola) reúne imagens criadas a partir das vivências.
Dando início pela construção das caixas mágicas, que apresentam as primeiras noções sobre a luz na fotografia, educandos e educandas participam ativamente de todas as etapas: desde a produção do conteúdo em campo até a edição do trabalho e a publicação em plataformas digitais.
A montagem da mostra fotográfica é a última atividade construída em grupo e estimula um importante senso de coletividade e protagonismo social.
“A materialização dos produtos é importante na medida que possibilita que eles percebam que são capazes. Isso exalta a potência dessa juventude popular que muitas vezes precisa apenas de oportunidade. Eles trabalham questões como a identidade no material feito por eles mesmos. Passam a olhar a comunidade não como um lugar de ausência, mas de riqueza, diversidade cultural e tanta beleza”, avalia Iezu Kaeru.
Todos os educandos e as educandas recebem certificados de participação de 30h/aula de carga horária.
Nessas longas estradas luminosas as comunidades indígenas compartilham seus olhares na construção de um projeto fotográfico que toma como vias as perspectivas de seus moradores.