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Janeiro de Grandes Espetáculos chega esta semana ao Recife

Em mais uma edição, um dos mais importantes festivais de artes cênicas do país conta com patrocínio do Governo de Pernambuco, através da Empetur e da Fundarpe

Com informações da Assessoria

Vai começar a 22ª edição do Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. Reconhecido como o maior e mais importante festival deste segmento no estado, o evento acontecerá de 8 a 24 de janeiro, reunindo produções bem significativas nacionais e internacionais do teatro, da dança, da ópera e da música, além da promoção de oficinas e debates, leituras dramatizadas e lançamento de livros e revista. Serão ao todo 36 espetáculos diferentes na capital pernambucana, entre shows, peças teatrais para adultos e crianças e produções de ópera e dança, além de oito concertos por Recife, Olinda, Goiana e Caruaru pelo “Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular”.

Os ingressos, a preços populares, variam de R$ 10 a R$ 50 (à venda pelo site ou na central de vendas na bilheteria do Teatro de Santa Isabel, das 9 às 16h), mas há apresentações gratuitas também (estudantes, professores, maiores de 60 anos e funcionários do BNDES têm 50% de desconto nos ingressos, com identificação na compra e na entrada dos teatros). A realização é da Associação de Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco (Apacepe), sob o comando dos produtores Paula de Renor, Paulo de Castro e Carla Valença, com patrocínio do BNDES, Prefeitura do Recife, Governo de Pernambuco (Empetur e Fundarpe) e Toyolex. Os temas Poder e Poesia permeiam esta edição.

Marcos Hermes/Divulgação

Marcos Hermes/Divulgação

Solo do ator Matheus Nachtergaele vai abrir a 22ª edição do festival

Quatro montagens de outros estados marcam presença: “Processo de Conscerto do Desejo” – escreve-se com “sc” mesmo –, solo do ator Matheus Nachtergaele (RJ), que abre o festival dizendo os poemas que guardou nos olhos e na alma como única herança de sua mãe, Maria Cecília, falecida quando ainda ele era um bebê; “Inutilezas”, da Inutilezas Produções e Arte Limitada (RJ), com os intérpretes Bianca Ramoneda e Gabriel Braga Nunes, sob direção de Moacir Chaves (diretor que já mantém relação com o Recife pois montou “Duas Mulheres em Preto e Branco” e “Rei Lear”, ambas pela Remo Produções Artísticas), desta vez partindo da obra do poeta Manoel de Barros na possível história do reencontro de artistas que montaram uma peça que se tornou inesquecível em suas vidas (a versão original é de 2002); “Maria que Virou Jonas ou A Força da Imaginação”, da Cia. Livre (SP), dirigida pela sempre instigante Cibele Forjaz, tendo no palco como personagens dois atores transexuais – vividos por Lúcia Romano e Edgar Castro – que estão montando a peça “A Força da Imaginação” – trata-se de um jogo de metateatro, uma peça dentro da peça, questionando o que se entende por identidade; e a estreia nacional de “O Lugar Escuro”, da Artworks Produções, de Porto Alegre (RS), uma delicada obra sobre três gerações de mulheres da mesma família que se deparam com o Mal de Alzheimer, do qual sofre a figura mais velha. No elenco, as elogiadas atrizes Sandra Dani, Vika Schabbach e Gabriela Poester, sob direção de Luciano Alabarse.

No segmento internacional, a Espanha ganha visibilidade no projeto “Janela Espanhola”, com dois convidados que são destaque no teatro contemporâneo espanhol. “Uma Casa na Ásia”, do Agrupación Señor Serrano, parte do episódio da invasão à casa de Osama Bin Laden pelos fuzileiros navais americanos, e que resultou na morte do terrorista, para traçar um retrato pop da década que seguiu aos atentados de 11 de setembro de 2001 por maquetes, videoprojeções, manipulação de vídeo em tempo real, videojogos, mundos virtuais e performance. Já “Por Favor, Continue (Hamlet)”, criação de Roger Bernat e Yan Duvyendak, acontece num fórum judicial para julgar se um jovem, que durante uma festa no subúrbio, matou o pai de sua noiva, mas declara ser acidental, é ou não culpado. O rapaz é Hamlet, a vítima Polônio e sua filha Ofélia. Para o julgamento, um corpo jurídico local e real compõe este tribunal. Os dois espetáculos participam do festival graças ao apoio da Acción Cultural Española em seu Programa de Internacionalização da Cultura Espanhola (PICE).

Também será promovido o “Projeto de Internacionalização da Dramaturgia Espanhola”, lançamento de obras traduzidas de autores da língua espanhola em leituras dramatizadas com intérpretes locais após residências artísticas com diretores convidados, além dos próprios dramaturgos. Serão elas: “A Paz Perpétua”, de Juan Mayorga, com tradução de Aderbal Freire-Filho, sob direção de Fernando Philbert, com atores do Grupo Magiluth; e “Os Corpos Perdidos”, de José Manuel Mora, com tradução e direção de Cibele Forjaz, com atores do Coletivo Angu de Teatro. A Coprodução desta iniciativa também é da Acción Cultural Española, numa parceria com a Editora Cobogó e produção dos festivais Cena Contemporânea, Porto Alegre em Cena, Tempo Festival, FIAC BA e o 22º JGE.

Uma mostra especial das produções de teatro e dança em Pernambuco que são fruto de intercâmbio internacional com Portugal, seja através do projeto Fafe Cidade das Artes ou com a Câmara Municipal de Cabeceiras de Basto, também foi programada. Fazem parte dela cinco montagens quase todas inéditas no Recife: “Saudosiar… A Noite Insone de Um Palhaço…” (estreia), solo do multiartista Walmir Chagas; “A Invenção da Palavra”, com os atores Cláudio Ferrario e Olga Ferrario, pai e filha (ele completando 40 anos de teatro); “Luas de Há Muito Sóis” (estreia), da Papelão Produções, com o trio Marina Duarte, Natascha Falcão e Regiane Nogarolli; “Grito de Guerra, Grito de Amor” (estreia), da Duas Companhias e Coletivo Grão Comum, com Fabiana Pirro e Asaías Rodrigues; e “(L)a (P)lage” (estreia), do Grupo Acaso, espetáculo irreverente de dança sob direção de Bárbara Aguiar sobre o ambiente da laje, aqui usando o termo “a praia” em francês para dar aquele ar chique que todo brasileiro adora. Também fazem parte desta mostra de parcerias Portugal/Pernambuco, o “Encontro Godot in Comuna – A Poesia do Percurso”, fruto da residência da Companhia Circo Godot de Teatro e a Comuna Teatro de Pesquisa de Lisboa, além de uma residência/oficina da ENTREtanto Teatro de Valongo no Recife, através do ator e encenador Júnior Sampaio.

No segmento de shows musicais, “Elke Canta e Conta”, com Elke Maravilha e o pernambucano radicado em São Paulo, Adriano Salhab, ator e músico de vários instrumentos, promete esbanjar carisma e “causos” interessantíssimos; mas ainda tem o jovem talento Ayrton Montarroyos e seu repertório cheio de brasilidade; o projeto “Pernambuco Sonoro”, com os virtuoses Henrique Annes no violão, Beto Hortis no acordeom, e Marco Cezar no bandolim; e as atrações do “Circuito BNDES de Música – Do Erudito ao Popular”, com programação por Recife, Olinda, Goiana e Caruaru, esta sempre gratuita, com concertos do Quarteto Encore e convidados, “Quatro Pianos no Choro”, com Elyanna Caldas à frente de um quinteto de pianistas em diálogo com instrumentos do choro; Orquestra de Câmara de Pernambuco e Spok Quinteto. Como representante operístico, foi agendada a “Ópera Cordelista Lua Alegria”, com Paulo Matricó à frente de grande elenco de músicos, bailarinos e atores, esta prestando homenagem a Luiz Gonzaga.

João Rogério Filho/Divulgação

João Rogério Filho/Divulgação

A comédia ‘Obsessão’ integra a programação de espetáculos locais

Mais de duas dezenas de espetáculos teatrais locais e de dança também estão na grade, espalhados por seis teatros do Recife (Santa Isabel, Apolo, Hermilo, Luiz Mendonça, Marco Camarotti e Arraial) e espaços alternativos (Espaço Cênicas e Paço do Frevo), com programação para agradar a todas as idades. Entre as produções teatrais locais para adultos, “Sistema 25”, com direção de José Manoel Sobrinho discutindo a vida carcerária de 25 homens num cubículo; “O Ano Em Que Sonhamos Perigosamente”, com o Grupo Magiluth tocando em temas como a metateatralidade e a resistência estética-política dos tempos atuais; “Em Nome do Pai”, com direção de Cira Ramos, peça do dramaturgo Alcione Araújo que trata da difícil relação entre um viúvo e seu único filho; “Obsessão”, comédia sobre duas amigas rivais, com produção de Simone Figueiredo, Nilza Lisboa e Sílvio Pinto; e “Angelicus Prostitutus”, dirigido por Rudimar Constâncio, espetáculo cômico da cidade do Jaboatão dos Guararapes que trata da prostituição em todos os sentidos.

Mas há ainda “Abraço – Nunca Estaremos Sós”, da Dispersos Cia. de Teatro, musical voltado ao público jovem sobre o valor da amizade; “O Açougueiro”, solo do ator Alexandre Guimarães, mergulhado no universo rural e vivendo um açougueiro que se apaixona por uma jovem prostituta e enfrenta o preconceito em sua cidade; “Soledad – A Terra é Fogo Sob Nossos Pés”, outro solo com Hilda Torres vivendo personagem real que sofreu as agruras da Ditadura Militar; “Cabaré Diversones”, de Henrique Celibi, trazendo de volta o clima irreverente do espaço Vivencial Diversiones, de Olinda; e “Salmo 91”, da Cênicas Cia. de Repertório, com direção de Antônio Rodrigues, sobre o terrível massacre do Carandiru; e “A Visita” (em estreia no Recife), do Grupo de Teatro Arte-Em-Cena, de Caruaru, solo do ator Severino Florêncio interpretando um homem que volta ao seu local de infância . Ainda como estreia pernambucana há “Jr.”, da Operários de Teatro, solo do ator Tatto Medinni vivendo um travesti no primeiro texto dramatúrgico concebido pelo premiado escritor Marcelino Freire.

Para a criançada, tem “Sebastiana e Severina”, de Claudio Lira, divertida peça musical que mostra a vida de duas rendeiras balzaquianas que sonham em encontrar um homem ideal; “Sabores e Saberes do Milho”, contação de história da lenda do milho, com trilha sonora cantada e tocada ao vivo e manipulação de bonecos, pela Comedoria Popular Arte e Gastronomia; “Luzia no Caminho das Águas”, do Grupo Engenho de Teatro, sobre uma garota que quer salvar sua flor em pleno sertão; e “Cavaco e Sua Pulga Adestrada”, com o palhaço Anderson Machado vivendo um ex-dono de circo que tenta se virar com números de sua pulga adestrada. Em dança, ainda estão programados os espetáculos “Bailaora”, da Cia. Karina Leiro mergulhando no universo das danças flamencas; “Fraturas” (em estreia no Recife), do Coletivo Trippé, de dança contemporânea, da cidade de Petrolina, sobre as dobraduras do corpo; e “Passo”, com a Compassos Cia. de Danças enverando pela brincadeira das manifestações populares e seus folgazões (a ser visto no Paço do Frevo). O 22º Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco abriu ainda espaço para uma mini mostra do Festival Estudantil de Teatro e Dança, com duas montagens aplaudidas na edição 2015, ambas com atores-alunos inseridos no universo musical de adaptações da obra de Chico Buarque, “Gota d’Água – Fragmentos e Outras Canções”, com alunos da Cênicas Cia. de Repertório; e “Homenagem ao Malandro”, com alunos do Curso de Interpretação Para Teatro do SESC Piedade.

Fernando Pereira/Divulgação

Fernando Pereira/Divulgação

O coletivo Trippé faz a estreia em Recife do espetáculo ‘Fraturas’

No quesito formação, quatro oficinas vão ser oferecidas: “Oficina Para Atores” (R$ 50), com o diretor Moacir Chaves (RJ); “Lua Alegria” (gratuita), com Paulo Matricó, Maestro Adelmo Apolônio, Viviane Victtorin e Karin Mellone; “A Poética do Equilíbrio: O Método Kum Nye na Criação Artística” (R$ 100), com o ator e encenador pernambucano radicado em Portugal, Júnior Sampaio; e “Introdução ao Bufão – A Partir do Processo de Pesquisa da Trupe Artemanha” (R$ 50), com o dramaturgo, diretor e ator Luciano Santiago (SP). E, como mesa redonda, “O Protagonismo da Pessoa Com Deficiência Nas Artes” será abordado a partir da experiência do programa Unlimited – Artes sem Limites. O encontro/debate propõe uma reflexão sobre os processos de formação, de criação artística da pessoa com deficiência e da produção cultural que emerge nesse contexto, buscando situá-las como protagonistas do fazer artístico. Contará com Paula Lopez (Produtora Independente Associada ao British Council Brasil), Liliane Rebelo (Gerente de Artes no British Council Brasil) e artistas convidados. O festival ainda receberá o lançamento da Revista Trema! Nº 04, no Teatro Hermilo Borba Filho; o “Sarau das Artes – Um Encontro da Guerrilha Cultural”, promovido pelo quarto ano consecutivo em parceria com o Grupo de Teatro João Teimoso, no bar Kibe Lanches (Boa Viagem); e a leitura dramatizada do texto “A Última Noite de Kakfa”, sob direção de José Francisco Filho, dia 11 de janeiro, no Teatro Hermilo Borba Filho.

Programação completa e mais informações:  www.janeirodegrandesespetaculos.com/2016

*Estudantes, professores, maiores de 60 anos e funcionários do BNDES têm desconto de 50% nos ingressos, todos apresentando identificação na hora da compra e na entrada dos teatros.

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