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Jovem fotógrafa de Garanhuns expôs pela primeira vez durante o 25º FIG

A técnica e o sentimento de Amanda Pietra encantaram o público da Casa Galeria Galpão

Por: Ana Beatriz Caldas

Na música “Alucinação”, Belchior fala que “amar e mudar as coisas” o interessa mais. Não há frase mais adequada para descrever o trabalho da jovem fotógrafa garanhuense Amanda Pietra que, com apenas 18 anos, teve sua primeira exposição individual, “Seu Abilho”, realizada na Casa Galeria Galpão durante a 25ª edição do FIG. A série de 10 fotos retrata expressões e marcas de seu bisavô, agricultor que dá nome à mostra, e foi feita há cerca de um ano, despretensiosamente, para registrar os 92 anos do personagem. “Fui agraciada por ter a oportunidade de mostrar meu trabalho pela primeira vez na minha cidade, no meu estado”, celebrou.

Rodrigo Ramos/Secult-PE

Rodrigo Ramos/Secult-PE

Exposição

Apesar da tenra idade, Amanda já trabalha profissionalmente com fotografia há alguns anos, depois de ganhar, aos 14 anos, a primeira câmera semiprofissional da avó, que achava que a arte iria auxiliar a neta a superar o conturbado período da adolescência. A partir daí, Amanda começou a fotografar a si mesma e depois a amigos e conhecidos, sempre focando em retratar emoções com um viés mais artístico do que o comumente visto nos retratos tradicionais. Sua primeira exposição, com curadoria dos pernambucanos do Coletivo Tear, impressionou os visitantes justamente pelo seu olhar amoroso.

Minhas fotografias sempre estão relacionadas ao que estou vivendo e têm acompanhado meu amadurecimento, minha transição de adolescente para mulher. Costumo conhecer as pessoas que vou fotografar porque quero mostrar não um pouco de mim, mas um pouco das pessoas que clico, suas histórias, cicatrizes e rugas. Aproveitei uma viagem ao sítio de Seu Abilho para transformar as histórias que escutava dele em um registro familiar, que, depois, criou por si só um conceito“, conta a artista, que também expôs a obra “A redenção”, fotografia que relacionou à poesia de Augusto dos Anjos em outra exposição realizada no Castelo Alternativo no período do FIG.

Mesmo com o talento notório precoce, a fotógrafa pretende integrar outras experiências a sua arte antes de seguir carreira no ramo. Agora morando em Maceió, Amanda cursa enfermagem, aproveitando o tempo livre para continuar fotografando rostos e gestos. “Ter começado muito nova fez com que eu interligasse minha vida à minha arte, e, por isso, quero viver outras coisas. Quero ter uma perspectiva da realidade para, só então, estudar arte e juntar os dois. Meu foco é conhecer e tocar as pessoas. Não vou esquecer nunca o olhar do meu bisavô para mim quando viu a exposição, todo o agradecimento e a emoção. É isso que importa“, pontuou.

A presidente da Fundarpe, Márcia Souto, prestigiou a exposição da jovem e se mostrou feliz, especialmente, pelo afeto que Amanda ainda possui pela sua terra natal. “Um de nossos objetivos é justamente o de incentivar jovens artistas, ainda mais os de Garanhuns e região, que cresceram com o festival e, com certeza, tiveram sua arte influenciada pelas mostras do FIG ao longo de todos esses anos“, ressaltou.

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