Live do VI Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura faz imersão do universo literário pernambucano
Segundo dia do evento on-line apresentou três obras premiadas na última edição promovida pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secult-PE /Fundarpe e da Cepe Editora
Postado em: Literatura
Por Sandra Ribeiro
Um bate papo com os vencedores do VI Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura aconteceu na noite desta quarta-feira (16), em uma transmissão ao vivo pelo YouTube da Secult-PE, devido ao isolamento social provocado pela pandemia. Os escritores Walther Moreira Santos, Wander Shirukaya e Jussara Salazar apresentaram suas obras vencedoras, numa live mediada pelo coordenador de literatura da Secult-PE, Roberto Azoubel.
O evento foi repleto de provocações literárias entre os participantes. O primeiro lugar da Zona Mata foi de Walther Moreira Santos, com o livro “O Último dia da Senhora Stone”; o segundo lugar da região da Zona da Mata ficou com Wander Shirukaya, com a obra “Na escuridão somos todas iguais”; e a escritora Jussara Salazar, com a obra “O dia que fui Santa Joana dos Matadouros”, levou o segundo lugar da RMR.
Os contos de Walther Moreira Santos no livro “O Último dia da Senhora Stone”, são ácidos, realistas, não fazem concessões ao bom-mocismo nem a um escapismo moralizante. As personagens carregam uma carga dramática intensa, escondida sob uma capa de apatia e sofrimento disfarçado.
“Quando advogava eu escrevia nas costas dos processos enquanto esperava as audiências no fórum. O livro vicia como droga. A vida nos provoca e você responde”, revela Walther Moreira Santos, respondendo a uma provocação.
O romance de Wander Shirukaya do livro “Na escuridão somos todas iguais”, se passa num cenário futurista, tecnológico, onde as mulheres têm a supremacia política, ao mesmo tempo em que ainda precisam lutar contra velhos preconceitos comportamentais e afirmar sua sexualidade.
“É um lugar fictício no ano de 2036 onde as mulheres estão em primeiro plano, um livro feminista de ficção cientifica no País de Santa Cruz”, diz Wander Shirukaya.
Já o livro “O dia que fui Santa Joana dos Matadouros”, de Jussara Salazar, escrito ao longo de dez anos, é inspirado em histórias reais de três mulheres, de diferentes épocas, impedidas de se expressar por contrariarem os cânones vigentes: uma que teve seus pertences queimados em praça pública e banida por fugir com seu amor; outra degolada por um homem ciumento; e a terceira vítima de bala perdida disparada por um tresloucado.
“O tempo da história é a travessia do baú saindo do quarto, indo pelo corredor até chegar à rua e ser queimado em praça pública”, comenta Jussara Salazar
PREMIAÇÃO - Nessa 6ª edição, o Prêmio Hermilo Borba Filho de Literatura contou com a participação de 162 obras inscritas. O julgamento foi realizado em duas etapas, sendo a segunda a escolha dos vencedores entre 17 finalistas, dos mais diferentes gêneros literários. Os primeiros lugares de cada prêmio recebem R$ 10 mil; os segundos, R$ 5 mil e o Grande Prêmio, R$ 20 mil.
Os títulos vencedores foram publicados pela Cepe Editora com tiragem de 1.200 exemplares, enquanto que os segundos colocados contam com 800 exemplares. A título de direito autoral, cada vencedor ficará com trezentos exemplares do livro e os segundos colocados, 200 exemplares cada.
LIVE - Quem quiser conhecer melhor as obras escolhidas e publicadas pode acompanhar a apresentação dos autores em duas transmissões ao vivo no canal da Secult-PE/Fundarpe no Youtube (youtube.com/secultpe). Nesta quinta (17), é a vez de Luís Serguilha e João Paulo Parisio, com mediação de Diogo Guedes, da Cepe Editora.