Livro Arte Indígena em Pernambuco é lançado na terra indígena Entre Serras Pankararu, em Petrolândia
Com incentivo do Funcultura, obra de autoria coletiva de professoras, professores e lideranças indígenas será distribuída em escolas
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O livro Arte Indígena em Pernambuco: Da Natureza Sagrada às Peças da Nossa Cultura Material é lançado durante o Encontrão da Comissão de Professores/as Indígenas de Pernambuco (Copipe), realizado desta segunda (18) até quinta-feira (21), no município de Petrolândia, na terra indígena Entre Serras Pankararu, no Sertão pernambucano. De autoria coletiva, a publicação envolve mais de cem professoras e professores indígenas de arte e lideranças indígenas do Estado, com organização de Eliene Amorim de Almeida, Lara Erendira Almeida de Andrade e Manuela Schillaci.
A obra inédita é uma realização da Comissão de Professores/as Indígenas de Pernambuco (Copipe), com incentivo do Funcultura, do Governo de Pernambuco. O projeto se destaca por envolver diversos povos indígenas do Semiárido brasileiro. A edição impressa do livro, com tiragem de 1 mil exemplares, será distribuída para escolas indígenas de Pernambuco. A publicação também está disponível ao público gratuitamente, em formato de e-book com audiodescrição por meio do site oficial.
O livro é resultado de uma ampla pesquisa que contou com encontros e oficinas para sistematizar os conhecimentos dos povos indígenas em Pernambuco e suas formas de arte. O livro apresenta arte indígena em sua diversidade, com aspectos relacionados às histórias, rituais e cosmologias dos povos indígenas atikum, fulni-ô, kambiwá, kapinawá, pankaiwká, entre serras pankaruru, pankará, pipipã, tuxá, truká, xukuru de cimbres e xukuru de ororubá.
“Nossa arte tem um vínculo direto com nossos territórios, nossa história e nossa forma de ser no mundo. Ela conta, de uma certa maneira, uma história: a história dos conhecimentos dos nossos antepassados de transformar o que era encontrado nas caatingas, nas matas úmidas e nos rios em objetos para o uso cotidiano, festivo e sagrado”, diz a apresentação de um dos cinco capítulos.
A obra, composta de textos de autoria coletiva, sintetiza as concepções de professoras, professores e lideranças indígenas em torno do tema, trazendo trechos com reflexões por povo e fotos dos objetos de arte. O livro traz um recorte voltado para a arte material indígena produzida com diversos materiais como penas, frutos, palhas, cipós, fibras, madeiras e barros.
São adornos como colares, brincos, pulseiras e tornozeleiras, mas também maracás, cachimbos, cocares, chapéus e vestimentas usados em rituais. Há ainda os objetos utilitários como urupembas, pratos, copos, pilões, gamelas, cestos, bolsas, abanos, esteiras e outros utensílios de decoração.
O livro é também fruto de longos e vários anos de debate do movimento de Educação Escolar Indígena no Estado de Pernambuco, quando as lideranças e educadores indígenas de diversas etnias realizaram reflexões e articulações sobre a educação escolar que desejavam para as crianças, adolescentes, jovens e adultos dos povos indígenas.
EQUIPE - O projeto tem coordenação da Comissão de Professores/as Indígenas de Pernambuco (Copipe), Eliene Amorim de Almeida e Lara Erendira Almeida de Andrade. A produção executiva é de Clarice Hoffmann e Manuela Schillaci. A equipe técnica de pesquisa e a revisão do texto é de Darllan Neves da Rocha e Manuela Schillaci. A oficina com professores/as de arte indígena foi realizada por Eliene Amorim de Almeida, Francisca Bezerra da Silva, Manuela Schillaci e Paula K. O projeto gráfico e diagramação é da Mirah Ateliê de Ideias (Paula K.) e a assessoria de imprensa de Flora Noberto.
O livro é uma realização da Copipe e conta com parcerias da Associação Nacional de Ação Indigenista (Anaí), Centro Universitário Frassinetti do Recife (UniFafire), Rede de Pesquisa e Conhecimentos relativos aos Povos Originários (Rede Dialog) e Instituto Nacional de Pesquisas Científicas (Quebec, Canadá).

