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Luna Vitrolira lança álbum e filme ‘Aquenda – o amor às vezes é isso’

A multiartista pernambucana, finalista do prêmio Jabuti, apresenta um trabalho que discute temas importantes da contemporaneidade

Jan Ribeiro/Divulgação

Jan Ribeiro/Divulgação

No disco, a artista apresenta 10 canções autorais 

A pernambucana Luna Vitrolira estreia na música com o álbum ‘aquenda – o amor às vezes é isso’, trabalho homônimo ao primeiro livro de poemas da multiartista, finalista do prêmio Jabuti 2019. O lançamento do disco, que acontecerá nesta sexta-feira (26), traz também um curta-metragem com o mesmo nome, dirigido por Gi Vatroi e Aida Polimeni.

O projeto artístico é resultado de um período de 3 anos de imersão de Vitrolira em estudo e criação. A poesia, ponto de partida da narrativa, se une às influências musicais e cênicas da artista para levar o público a uma reflexão sobre temas urgentes da contemporaneidade.

“Aquenda – o amor às vezes é isso aborda questões que são profundas e exigem cuidado no trato, na entrega. Essas músicas vão dialogar com a vida das pessoas e com suas experiências nesse mundo. Minha intenção é expor esses temas para falar da nossa liberdade, do nosso autopertencimento, do nosso poder e autonomia sobre nossos corpos, vidas, trajetórias, escolhas como um caminho para cura”, conta Luna Vitrolira.

O álbum é composto por 10 faixas autorais que trazem uma diversidade sonora com base na corporeidade da voz de Luna e na estética e rítmica de seus poemas. As músicas apresentam uma fusão de piano, sintetizadores, beats eletrônicos e percussões que dão origem a harmonias e polifonias não convencionais dentro da estrutura pop contemporânea. Esse resultado dialoga com várias influências musicais da multiartista, como Jazz, Swingueira, Brega-Funk, Funk, Rap, Maracatu, Coco e outros ritmos insurgentes.

Em sua narrativa, o disco “aquenda – o amor às vezes é isso” fala sobre o amor e questiona o modelo romântico ocidental, discutindo temas que envolvem a relação histórica da mulher com a sociedade e o sagrado ancestral. O álbum conta uma história e traz à tona os paradoxos desse sentimento, suas faces e farsas, nas relações afetivas, que implicam violências.

O amor é exposto como fato opressor para dizer sobre cura e liberdade. O trajeto discursivo vai desde a densidade de temáticas como abuso, estupro e feminicídio à leveza da abordagem sobre autopertencimento e consciência da ancestralidade. Desse modo, existe tanto uma atmosfera de mistério, intensa e tempestuosa, quanto uma vibração que incita o desejo de dançar.

Para participar do disco foram convidadas as poetas Roberta Estrela D’Alva, Mel Duarte, Cristal, Tatiana Nascimento, Bell Puã e Bione; a cantora Xênia França e o poeta e cantor José Paes de Lira. Os arranjos receberam a ciência ancestral e catártica das percussões de Lucas dos Prazeres, a bateria hipnótica de Hugo Medeiros, a leveza do beat eletrônico de Pupilo, a sinergia dos beats eletrônicos de Junior Cabral, o piano virtuoso, ancestral e epifânico de Amaro Freitas, que assina a produção musical, os arranjos, sintetizadores e os beats eletrônicos, e a perspicácia de Bruno Giorgi na mixagem e masterização.

“Sei que o trabalho causará impacto, mas a gente pode imergir e afundar sem se afogar. Quero abraçar a história, a sensibilidade e a consciência das pessoas como uma forma de acolhimento. Precisamos falar de um outro Amor que não é esse produto que está no mercado, que não é essa realidade de mentira que nos mata. Podemos construir coletivamente outra versão para o Amor”, dispara Vitrolira.

SOBRE A ARTITSTA - A multiartista pernambucana Luna Vitrolira tem 28 anos. É escritora, poeta, atriz, performer, apresentadora, Mestra em Teoria da Literatura, pesquisadora da poética das vozes e da poesia de improviso do Sertão do Pajeú/PE. Idealizadora dos projetos “De Repente uma Glosa”, “Mulheres de Repente” e “ Estados em Poesia”, iniciou sua trajetória aos 15 anos como declamadora de poemas no universo da literatura oral e de Cordel. Ao completar 10 anos de carreira, publicou seu primeiro livro de poemas, “aquenda – o amor às vezes é isso”, finalista do prêmio Jabuti 2019, que tem recebido destaque da crítica nacional.

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