Pular a navegação e ir direto para o conteúdo

O que você procura?
Newsletter

Notícias cultura.pe

Noite de ritmos, cores e ancestralidade encantou Serra Negra este sábado no Festival Pernambuco Meu País

De Afoxé Alafin Oyó a Baiana System, Serra Negra viveu um sábado inesquecível com encontros musicais que celebraram a cultura popular e a diversidade sonora brasileira

Foto: Juana Carvalho/Secult-PE/Fundarpe

Foto: Juana Carvalho/Secult-PE/Fundarpe

Russo Passapusso, vocalista da banda Baiana System

Um sábado que vai ficar para a história de Serra Negra. A segunda noite do Festival Pernambuco Meu País trouxe grandes artistas locais e nacionais, promovendo um grande encontro de ritmos, cores, música e dança. Quem abriu o palco foi o Afoxé Alafin Oyó, de Olinda e Patrimônio Vivo de Pernambuco, que tem como patrono o orixá Xangô e traz em suas apresentações essa força ancestral.

O nome Alafin, em iorubá, remete a um título de nobreza que significa “senhor/rei do palácio”. Oyó, por sua vez, faz reverência à capital do antigo reino de Iorubá, na África. É desse simbolismo que advêm  as cores do grupo, o vermelho e o branco. Com suas vestimentas elegantes, cantos e danças que emocionaram, o Afoxé abriu os trabalhos e deixou o clima aquecido no frio de 19ºC.

Em seguida foi a vez de Renata Rosa, cantora, compositora e rabequeira pernambucana. Ela apresentou um espetáculo que traduz a força e a poesia da música popular brasileira. Reconhecida internacionalmente por sua pesquisa e reinvenção de ritmos tradicionais, como o coco, a ciranda e o baião, a artista trouxe ao Pernambuco Meu País um repertório que celebra as raízes culturais do Nordeste com energia e sensibilidade. Entre melodias vibrantes e momentos de intimidade sonora, o público foi conduzido por um passeio musical.

Após a nordestinidade de Renata Rosa foi a vez da amálgama entre rap, R&B e samba, trazendo para o Pernambuco Meu País as canções de seu disco mais recente, “Topo da Minha Cabeça”. Com sua voz impecável e domínio de palco elegante, a cantora e compositora paulista também rendeu homenagem a Arlindo Cruz, grande sambista que faleceu essa semana, e a Alcione. Em entrevista após o show, ela reafirmou sua admiração pelo povo e cultura pernambucana. “Trabalho com muitos pernambucanos, tenho esse link que nos conecta e faz todo o sentido. Subi no palco com o máximo respeito, com essa vontade de mostrar mais de mim e receber também do público.”

Depois quem deu sequência foi Mago de Tarso, nome pernambucano em crescimento no cenário do rap nacional. Ele trouxe à cena sua presença de palco visceral e um repertório que transitou das batalhas de rima a releituras de outros artistas. Sua energia se amalgamou com a do público que recebeu o artista pela primeira em Bezerros de forma acolhedora.

“Eu me sinto muito orgulhoso porque a minha música fala muito sobre ser nordestino, pernambucano. Quando eu vou cantar sobre Pernambuco no Sudeste ou no Sul, o pessoal conhece a nossa cultura. E quando eu canto, pra gente daqui, o público se sente representado. E eu tô muito feliz de estar aqui dessa vez, fiquei no Palco Pernambuco Meu País no Rec’n'Play ano passado, e agora estou no festival”, falou Mago após o show.

Encerrando a noite de sábado, Baiana System fez um show catártico e memorável. Com Russo Passpusso e Claudia Manzo nos vocais, a banda originária de Salvador se apresentou com a imponência sonora e visual que lhe é característica, reafirmando seu papel singular na música brasileira ao fundir reggae, sound system, guitarra baiana e ritmos afro-brasileiros como o afoxé e o samba-reggae. No palco, essa alquimia cultural ganha forma como um sistema pulsante, gráfico, ritmado, visceral. O show lotou o Pátio de Eventos de Serra Negra em uma celebração sincera de ancestralidade, força popular e vanguarda sonora.

 

< voltar para PE Meu País