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Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda acontece nesta segunda (05)

Crédito: Felipe Souto Maior - Secult-PE/Fundarpe

A 25ª Edição da Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda acontece nesta segunda (05), com concentração a partir das 19h, na Praça de São Pedro, Sítio Histórico da cidade. Com incentivo da Secretaria de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco – Secult-PE e da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco – Fundarpe, o evento terá a participação de 10 Nações de Maracatu, que saem, em cortejo, pelos Quatro Cantos, Rua e Largo do Amparo, até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Bonsucesso.

Na chegada, cada Nação canta algumas loas até que todos estejam reunidos. Pontualmente às 00h, inicia-se o ritual religioso, com cantos africanos entoados pelo zelador de santo. Durante a cerimônia, a frente da igreja é banhada com perfume e, ao final, acontece um dos momentos mais emocionantes: o rufar dos tambores que permanecerão em silêncio durante o restante da celebração.

O evento conta com a participação de 10 grupos grupos: Maracatu Nação Leão Coroado, Maracatu Nação Camaleão, Maracatu Nação Badia, Maracatu Nação de Luanda, Maracatu Nação Maracambuco, Maracatu Nação Pernambuco, Maracatu Nação Estrela de Olinda e Maracatu Nação Tigre, além dos convidados: Maracatu Encanto do Dendê e Maracatu Baque Forte.

Crédito: Felipe Souto Maior - Secult-PE/Fundarpe

Em Olinda, a presença das populações remanescentes do continente africano ocorreu ainda no século XVI, quando foram trazidos escravos da Guiné, por pedido de Duarte Coelho, para o trabalho nos engenhos. Esse contingente, que com o passar dos anos só cresceu, no início do século XVII construiu para seu uso a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, ali estabeleceu o seu local de reunião para efeito dos cultos da igreja católica, convívio da comunidade negra, troca de saberes e para a realização de suas festas profanas. Com a invasão holandesa, veio a debandada e muitos dos escravos foram para Quilombo dos Palmares, ficando tanto a Igreja como a própria Olinda abandonadas, mas em 1715 tinham negros já restaurado o seu espaço, sendo fundada a Confraria de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos.

Das imposições do poder vigente e da resistência cultural dos negros, veio o sincretismo, que ajustou de maneira crioula os calendários e os ritos de origem africana. O Carnaval, festa do calendário cristão que precede a Quaresma e que é uma licença, uma pausa, é também um momento de expressão das culturas afrodescendentes.

Crédito: Felipe Souto Maior - Secult-PE/Fundarpe

Segundo Aneide Santana, historiadora, “é da década de 1990 a reativação e aparecimento em Olinda dos grupos culturais com produções artísticas inspiradas nas raízes de nosso povo. Esse movimento, já conhecido internacionalmente, bebeu muito nas fontes alimentadas pelo amor e obstinação dos afrodescendentes por suas culturas aliados especialmente a sua criatividade e adaptação.

Por tudo isso se faz a festa, partilha-se o Largo do Rosário e tocam-se os tambores. A convocação é para todos que de alguma maneira se beneficiam desse acervo, ligados ou não a fundamentos religiosos, mas que fazem parte do movimento”. Todos os anos, na semana que antecede o carnaval, acontecem em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, a Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda, que se formou a partir de uma obrigação religiosas dos maracatus de Olinda.

Crédito: Felipe Souto Maior - Secult-PE/Fundarpe

 

Serviço:

25a Noite para os Tambores Silenciosos de Olinda

Segunda, 05 de fevereiro de 2024
Concentração: 19h – Praça de São Pedro, Sítio Histórico de Olinda
Cortejo: Quatro Cantos, Rua e Largo do Amparo até a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, Bonsucesso

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