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O resgate da fotografia analógica

3º Passeio Analógico, que acontece sábado (20) no Mamam, reunirá fotógrafos e amantes do hobby

Em plena era digital, há fãs incondicionais da fotografia analógica

Embora tenham caído em desuso, as antigas máquinas fotográficas em filme mantêm viva na memória um modo antigo de fotografar, menos amparado nos recursos tecnológicos, e mais ligado à sensibilidade. Registrar cor e movimento sem necessidade de flash ou programas corretivos adicionais é o desafio assumido pelo coletivo Pernambuco Analógico, que vê na técnica uma forma de exercitar a criatividade e estreitar relações.

Criado há um ano pelo estudante Igor Marques, o grupo reúne 506 membros que compartilham e trocam experiências diariamente pelo Facebook e em encontros regulares. “Nem todos os integrantes são fotógrafos profissionais. A nossa turma é bem heterogênea. Temos massoterapeuta, jornalista, produtor fonográfico, estudantes de artes visuais, gastronomia e medicina. A maioria fotografa por hobby mesmo”, conta o idealizador.

A ideia de formar o coletivo surgiu de maneira despretensiosa, através do contato do próprio Igor com uma câmera analógica. “Peguei emprestado uma máquina olho-de-peixe, da Lomography, com uma amiga minha para uma viagem e, logo após o retorno e a revelação do meu primeiro negativo, decidi convidá-la para formamos um grupo, aonde pudéssemos trocar figurinhas e conhecer o trabalho das pessoas que se interessam por esse universo”, disse Marques.

Igor Marques, o criador do Pernambuco Analógico

Igor Marques, o criador do Pernambuco Analógico

Custos
O hobby da fotografia analógica tem um valor elevado. A revelação de um álbum custa em média de R$ 5 por bobina; já um filme varia de R$ 7 à R$ 38, dependendo da qualidade, pode chegar a R$ 50. Porém, nem o preço baixo e, tampouco, as vantagens da versão digital parecem atrair os amantes da fotografia analógica. Muito pelo contrário, “as fotos digitais acabam sendo mais fáceis de serem feitas e se tornam repetidas. As analógicas resgatam o processo de toda uma história e cultura fotográficas. Ver os retratos nas mãos também ajuda a apreciar mais o valor do seu conhecimento na hora dos cliques”, comenta Igor.

Uma das propostas do PE Analógico é mapear locais que vendem equipamentos, como máquinas e alguns modelos de filmes específicos, além de laboratórios para revelar as fotos dos integrantes do coletivo. “O famoso Beco do Fotógrafo (por trás do Cinema São Luís, na Boa Vista) é um desses redutos remanescentes em que se pode encontrar materiais e os mini-labs. O mais bacana disso é que, com o acesso as nossas informações, tem uma galera criando seus próprios labs e compartilhando isso com quem não tinha condições de acesso a esses materiais. E era isso que a gente queria: uma rede com escambo de experiências e atividades”, afirma o criador.

Evento marca o primeiro ano do grupo

Evento marca o primeiro ano do grupo

Passeio Analógico
Para celebrar o primeiro ano de existência, o coletivo vai promover sábado (20) o terceiro Passeio Analógico, no Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães – Mamam. Com exposições de Daaniel Araújo, Lizandra Santos e Varal Analógico, shows de Aninha Martins, Três Sem Nó, Paes e Graxa, além de um debate com o fotógrafo Costa Neto, que discutirá “A relação da película com a fotografia documental”, o evento terá início às 10h, com acesso gratuito. “Vai ser um dia de celebração à fotografia. Mais de 400 pessoas já confirmaram a participação no evento, através do FB. Fora a programação oficial, teremos ainda muitas coisas: cabeleireira, venda de câmeras e filmes no precinho camarada, e barracas de comidas vegetarianas”, disse entusiasmado Igor Marques.

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