País das Cultura Populares celebrou a força das matrizes africanas neste sábado (17)
Samba de Véio da Ilha de Massangano, o Afoxé Yamin Balé Gilê e Zeca do Rolete encantaram o público de Triunfo em tarde de muita música e dança
Postado em: PE Meu País
A força das matrizes africanas da cultura popular pernambucana esteve muito bem representada na tarde deste segundo dia do Festival Pernambuco Meu País em Triunfo. No País das Culturas Populares, palco localizado na Praça do Avião, o Samba de Véio da Ilha de Massangano, o Afoxé Yamin Balé Gilê e Zeca do Rolete envolveram o público com seus ritmos, cores e danças.
Patrimônio Vivo de Pernambuco, o Samba de Véio abriu a tarde com sua mescla de samba de coco, samba de roda e percussões vindas da ilha de Massangana, localizada em Petrolina. Os dançarinos do grupo ocuparam o chão da Praça colocando todo mundo para dançar! Brincantes de todas as faixas etárias e todos os credos – com direito inclusive à presença mais que especial de uma freira local – se uniram na pisada incendiária deste samba único.
“Antigamente nosso grupo era o reisado de Massangana, uma ilha que fica no município de Petrolina, isso ainda na época do meu avô, meu pai. E Samba de Véio, o nome é porque as crianças não podiam acompanhar o grupo porque os mais velhos bebiam”, conta a vocalista Maria de Fátima. “É nossa segunda vez em Triunfo e é uma felicidade muito grande poder estar nessa terra, se apresentando nesse festival.”
Em seguida foi a vez do Afoxé Yamin Balé Gilê, que veio do Recife trazendo toda sua potência vocal e instrumental. Uma apresentação emocionante e de celebração da ancestralidade. Com o amarelo de “mamãe Oxum” predominando, o grupo reuniu conhecidos e novos públicos. Foi o caso do comerciante Marcelo de Sá, que nunca tinha visto o Afoxé Yamin Balé Gilé e em poucos minutos já estava dançando. “Esse tipo de evento, como o Pernambuco Meu País permite que a gente entre em contato com tipo de arte novos, isso é muito bom! Eu estou amando”, disse.
E quem fechou este sábado no País das Culturas Populares foi o alto astral e a energia ímpar de Zeca do Rolete, mestre olindense. Griô, ele encantou e divertiu o público com seu coco enérgico e os causos contados entre as canções. Aos 81 anos, Zeca tem como propósito há décadas perpetuar a cultura popular pernambucana e transmitir seu saber aos mais novos. O encontro de gerações é uma marca do grupo, inclusive. Entre os cocos, danças e interações com a plateia, uma homenagem a Miró, falecido há um ano, foi prestada pelo convidado Pitanga, poeta olindense.
Ao final do show, mestre Zeca ainda vibrava a energia da apresentação. “Essa experiência foi tão impactante que é até difícil encontrar palavras. A valorização da nossa cultura por quem está fazendo esse evento é o maior presente! O público de Triunfo foi de qualidade, gostamos muito! Estou sempre pronto para voltar.”