Pluralidade de expressões artísticas marcam o dia do País das Artes Cênicas
Oficina de Hip-Hop, teatro adulto, dança e espetáculo infantil recheam a programação das artes cênicas em Triunfo
Postado em: PE Meu País
As artes cênicas são plurais por essência. Música, atuação, performance, pintura, poesia, tudo isso pode estar incorporado dentro de um espetáculo de cênicas. No festival Pernambuco Meu País, o País das Artes Cênicas demonstra diariamente a força plural dessa linguagem e hoje não foi diferente.
No início da tarde, na Fábrica de Criação Popular do Sesc a oficina Pernambuco Berço do Hip-Hop com Tiago Veloso, ou como é mais conhecido: Bboy Jaypeg. A oficina foi constituída por três partes: a primeira foi a apresentação de um documentário sobre Nelson Triunfo, dançarino de breaking de Triunfo, músico e ativista social brasileiro, tendo ganhado notoriedade como um dos precursores da cultura hip-hop no país.
Tiago pontua algumas colaborações de Nelson pro Break como a mistura com a cultura popular, com a união do xaxado e o frevo. Em seguida, o Bboy apresenta alguns elementos da dança que são as bases dessa cultura e a última é a parte mais prática da dança, com a trilha do “Afrociberdelia” de Chico Science e Nação Zumbi.
“Eu tento mostrar a importância dessa cultura pra Pernambuco, em especial pra Triunfo e como essa arte tá inserida na nossa história”, disse Tiago. ÀS 17 horas foi a hora e a vez dos pequenos com o espetáculo Bamberê do Grupo Baquetá (PR) no encantador Lar Santa Elisabeth, mantido pela Associação Franciscana Maristella do Brasil, o espaço atua em Triunfo desde 1966 com crianças, jovens e adolescentes.
Bamberê é um espetáculo que une música, poesia, circo e brincadeiras numa história comovente. É antiga de aconchego dos ancestrais. O show conta com um repertório totalmente autoral, inspirado nas brincadeiras de infância. Brincadeiras cantadas, tocadas, dançadas, rimadas, improvisadas, que reúnem a família, amigos, vizinhos e ensinam a partilhar, criam laços e dão asas à criatividade das crianças do Lar Santa Elisabeth.
Para Thays Melo, Coordenadora de Teatro e Ópera da Secretaria de Cultura de Pernambuco, é uma felicidade e conquista trazer um grupo de Curitiba para o Pernambuco Meu País. “É muito legal poder fazer essa conexão das artes cênicas com outros Estados, fazer circular e ter essa troca com espetáculos de outras regiões do país”, disse. “Além disso, ocupar esse espaço do Lar Santa Elisabeth é muito especial, fomos muito bem acolhidos nesse lugar maravilhoso que já tem um trabalho superimportante na cidade”, completou.
À noite, no Cine Teatro Guarany o espetáculo de dança Sopro D’água da artista Gabi Holanda encantou a plateia lotada charmoso reduto do cinema em Triunfo. A obra parte de um processo de pesquisa com mais de sete anos e com diversos desdobramentos artísticos. Ao longo desse tempo, Gabi Holnada debruçou-se nos saberes de diversas tradições latino-americanas, na escassez hídrica, nos conflitos pela água vividos em comunidades no Brasil, especialmente no Nordeste, e na urgência das mudanças climáticas.