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Publicação editada pela Cepe investiga conceito de justiça em “Grande Sertão: Veredas”

"Políticas de Riobaldo - A Justiça Jagunça e suas Máquinas de Guerra" será lançado nesta sexta-feira (24), às 18h, em live com o autor, Renan Porto

A Cepe Editora apresenta aos leitores a publicação “Políticas de Riobaldo – A Justiça Jagunça e suas Máquinas de Guerra”. O livro nasceu da dissertação de mestrado defendida por Renan Porto, em 2019, na pós-graduação em direito pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Como disse o autor, não se trata, especificamente, de uma análise de Grande Sertão: Veredas, romance de Guimarães Rosa publicado em 1956. O foco, afirma Renan Porto, é o conceito de justiça existente na obra. O lançamento acontece nesta sexta-feira (24), a partir das 18h, numa live no canal da Cepe no YouTube (www.youtube.com/CepeOficial), que contará com um bate-papo entre Renan Porto e o professor de direito Murilo Duarte Costa Corrêa, com mediação do jornalista e editor da Cepe, Diogo Guedes..

A história criada há 65 anos pelo mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967) não perdeu o caráter de atualidade. “O livro poderia ser reescrito hoje a partir dos conflitos entre facções que controlam as favelas, que assim como os bandos jagunços, cooptam negros e pobres para seus exércitos. Bandos que existiam sempre em relação – na maioria das vezes numa relação de serviço – com líderes políticos, fazendeiros e coronéis”, escreve Renan Porto, numa das passagens de “Políticas de Riobaldo – A Justiça Jagunça e suas Máquinas de Guerra”.

 “O romance de Rosa me permitiu explorar uma justiça da perspectiva nômade e anárquica dos jagunços em oposição a uma justiça do estado, dos juízes e dos tribunais”, declara o autor.  O livro é prefaciado pelo ensaísta, romancista, professor e crítico Silviano Santiago.

Para compor o livro de 136 páginas, Renan Porto foi em busca de filósofos como Henri Bergson (1859-1941) e Gilles Deleuze (1925-1995), de antropólogos como Pierre Clastres (1934-1977) e de professores que estudaram o clássico de Guimarães Rosa, como Silviano Santiago e Willi Bolle (USP), entre outros. O Riobaldo do título é o jagunço que, num monólogo, narra a história de “Grande Sertão: Veredas”, considerada uma das obras mais significativas da literatura brasileira. O diabo, que nunca aparece nas páginas, e a guerra travada nos confins da Bahia e de Minas Gerais são o fio condutor do romance.

É o modo de viver e de agir dos jagunços, em especial de Riobaldo e suas noções de ética e de política, que Renan Porto explora ao enveredar em Grande Sertão. Um dos capítulos é dedicado ao julgamento de Zé Bebelo, um dos chefes de bando, cujo resultado é crucial para o desenrolar do romance de Rosa. “A justiça que encontramos no Grande Sertão não se confunde com a lei e não é caracterizada pela sua transcendência e imutabilidade. A justiça que encontramos ali é produzida de modo imanente a partir do desejo que conecta uma coletividade em torno de uma luta pela justiça”, observa Renan Porto no livro.

Diogo Guedes destaca o novo tratamento dado ao romance de Rosa na publicação. “Renan Porto, diante de um livro tantas vezes lido e analisado, escolhe uma vereda distinta para sua investigação da obra-prima de João Guimarães Rosa: as ideias de guerra, justiça e violência. Assim, consegue propor a ideia de um imaginário jagunço, enxergando suas subjetividades e coletividades e fazendo a leitura de Grande Sertão pelo que ele traz – ou pode trazer – de questionamento das ordens vigentes no Sertão”, comenta o editor da Cepe.

O autor - Nascido em Florestal, distrito do município de Jequié (BA), Renan Porto é graduado em direito e vive atualmente em Londres, na Inglaterra, onde faz doutorado em direito na Universidade de Westminster. “Desenvolvo uma pesquisa autoetnográfica sobre justiça espacial em torno da produção de cacau na região onde cresci na Bahia. Sou filho de gerações de trabalhadores do cacau e cresci ajudando meu pai com o cacau também. Agora estou trazendo isso para minha pesquisa”, informa.

Serviço
Live de lançamento de “Políticas de Riobaldo – A Justiça Jagunça e suas Máquinas de Guerra” com Renan Porto, Murilo Duarte Costa Corrêa e Diogo Guedes
Quando: 24 de setembro de 2021 (sexta-feira), às 18h
Transmissão pelo canal da Cepe no Youtube: www.youtube.com/CepeOficial
Preço do livro: R$ 30 (impresso) e R$ 12 (e-book)
Onde comprar: Lojas físicas e virtual da Cepe (www.cepe.com.br/lojacepe)

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