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Cultura.PE

Público vibra com o 4º dia da Praça da Palavra

A Praça da Palavra foi tomada pela emoção durante a atividade “O Miró que vive em mim”, comandada pela escritora pernambucana Odailta Alves, na quinta noite do 31º Festival de Inverno de Garanhuns. Na ocasião, vários poetas do estado, entre convidados e pessoas da plateia, recitaram poesias próprias e de Miró da Muribeca, que este ano é homenageado pelo polo, enchendo a noite de boas lembranças sobre o artista, falecido no ano passado.

Ao lado de Odailta, os poetas Crislaine Venceslau, autora quilombola de Povoação de São Lourenço, e o poeta Marlon Silva, que cresceu na Muribeca, completaram o trio que ficou à frente do sarau. Bastante emocionado, Marlon comentou a importância que Miró teve para sua formação pessoal e profissional, o inspirando a se sentir mais à vontade com a sua sexualidade e sensibilidade e servindo como referência da arte como um caminho profissional também para quem é da periferia. Esse último ponto também foi destacado por Crislaine Venceslau, ao falar que o autor recifense fez perceber que a sua vivência enquanto mulher quilombola também era material para a poesia.

“Pra mim foi uma honra participar das atividade de hoje, principalmente no Dia da Mulher Negra Latina-Americana e Caribenha, para reverenciar Tereza de Benguela e a luta das pretas. Eu enquanto mulher preta, junto com Crislaine, estamos aqui na Praça da Palavra trazendo literatura, quebrando com esse processo de silenciamento, para dizer que estamos aí escrevendo, recitando e dando continuidade aos passos das que vieram antes, e poder homenagear também Miró da Muribeca, que merece toda nosso todo nosso respeito”, disse Odailta, sobre a experiência da atividade.

Mais cedo, a poeta também participou da mesa “Poéticas da Diversidade”, com Ágnes Souza e mediação de Samantha Lima. O trio conversou sobre a  potência da literatura com temática LGBTQIAP+ e a importância de autoras de sexualidades diversas terem suas narrativas ouvidas e respeitadas no mercado literário. “Está aqui agora mostra que o FIG está se para nossas discussões, para nossa representatividade e espero que isso só amplie”, observou Odailta, cuja obra “Clamor Negro” virou um monólogo, que será encenado no Sala Cênicas, na sexta-feira (28), também dentro do FIG.

A poesia marginal de Miró ainda reverberou no Sankofa Slam, em que Isadroga, de 21 anos, declamou versos autorais que estão no seu primeiro livro, intitulado “Vícios”, entre outras poesias mais recentes. “Comecei com a poesia marginal do slam e o que é nos reservado na sociedade é a marginalização e não conseguir nos apresentar em vários espaços. Ver a minha trajetória e ver que tô no FIG agora me deixa muito feliz com essa abertura”, concluiu a jovem artista.

NESTA QUARTA-FEIRA (26)

Hoje o polo segue com uma programação diversa até o fim da noite. O principal destaque é a roda de conversa “Garanhuns Literária”, com Mário Hélio, Thiago Corrêa e mediação de Sidney Rocha. Além da atividade, o dia ainda reserva muita literatura em “Quem descobriu o azul anil?”, com David Biriguy, “Poesia do portal do Sertão ao Pajeú”, com Márcia Moura e Jorge Filó, e “O Jardim de Luís: um passeio pela vida e obra de Luís Jardim”, com Adelmo Camilo.

 

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