Rivotrill mais impressionante do que nunca
O grupo, formado por Lucas Crasto, Lucas dos Prazeres e Júnior Crato se reencontrou nos palcos, no Parque Ruber Van Der Linden
Postado em: Festival de Inverno | Música
Jorge Farias/Secult-PE

Apresentação do Rivotrill marcou reencontro do grupo após 3 anos afastados dos palcos
por Leonardo Vila Nova
A música é feita de (re)encontros. E é feita de humanidade e inspirações que nascem dessas coletividades. Uniões férteis que dão cria a possibilidades inimagináveis de experimentação sonora. Uma das mais importantes e surpreendentes criações, representante de uma geração não só inventiva, mas profundamente intuitiva, é o Rivotrill. O trio (daí o trocadilho), após três anos sem subir nos palcos, se reencontrou, na noite deste domingo (19), no Palco Instrumental do 25º FIG (Parque Ruber Van Der Linden), e presenteou o público com um show em que queixos caídos e olhares magnetizados traduziam o impacto sonoro produzido pelo grupo, que, sim, continua em plena forma.
O clima antes do show era de ansiedade. O percussionista Lucas dos Prazeres não escondia o nervosismo. “Meu velho, eu não imaginava que a gente fosse voltar agora! Estou aqui em estado de graça, esperando por esse momento“. O flautista Júnior Crato se concentrava para a apresentação de logo mais. “A gente teve, praticamente, um encontro para definir o repertório desse show. Não tivemos uma bateria de ensaios, e aí que a gente só vai saber como vai fazer quando estivermos em cima do palco. O bom é que rola esse feeling entre a gente, então, não tem mistério“, contou. Outro motivo pra se comemorar na noite foi o aniversário do baixista Lucas Crasto, que, há três anos, fez sua primeira (e, até então, única) apresentação com o Rivotrill. Os 31 anos, portanto, foram comemorados em grande estilo.
Um público gigante foi ver a apresentação, que prometia esborrar emoção e matar toda essa saudade. A energia que toma conta do palco quando o Rivotrill se apresenta é algo que sempre impressiona. E o feeling, citado por Júnior Crato, estava lá. A intensidade e a leveza da músicas do trio se alternavam numa frequência que emanava de cada um dos músicos, sem a necessidade de roteiro pré-definido. E isso é o que se destaca, sem dúvida, no som deles: toda a sinergia a serviço da música… a comunicação é corporal, no olhar, nas vibrações sonoras (e, por que não, espirituais?) de cada instrumento. Sem mais explicações.
O repertório foi baseado no primeiro disco do grupo, Curva de vento (2007), e apresentou, ainda, duas músicas do novo disco (previsto para ser lançado em 2017, comemorando uma década do primogênito), chamadas Cid, o menino que escalava montanhas e Cratos (ou Kratos, ou Kratus… a grafia do nome ainda está sendo definida pela banda), uma música de Luiz Gonzaga e outra de Geraldo Vandré. Uma mistura que fez o Rivotrill incursionar tanto em uma leve retrospectiva como deliciar um público com o sabor de novidade.
A base segura do baixo de Lucas Crasto, a flauta etérea de Júnior Crato e a percussão arrasadora de Lucas dos Prazeres se juntaram novamente! O resultado foi um show instigante e hipnótico, que já dá mostras do que ainda está por vir. O entrosamento entre os três continua sendo sintonia pura. Depois do show, a alma lavada. “Além do amor que existe entre nós, existe a admiração mútua de um pelo talento do outro. E isso é maior do que qualquer ensaio. E também a resposta do público, que foi maravilhosa. E isso só vem mostrar a gente que a música, essa magia da música que toca as pessoas, essa festa, é uma vivência que vai além do palco, que deve se estender ao público, ao coletivo, trazer toda essa energia pro palco com a gente, que vai se perpetuar pra sempre. Todas as vezes que a gente se encontrar, vai ser pra festejar e celebrar esse grande encontro“, contou Lucas dos Prazeres, após o show.


