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Romance embala as canções do Palco Zé da Macuca nesta sexta (28)

Público se emociona e vibra com as atrações do dia, que exploraram o romance de diferentes formas em suas obras

A noite no palco Zé da Macuca foi dominada pelo romance em todas as suas expressões e possibilidades nesta sexta-feira (29). Clássico, moderno ou debochado as letras de amor embalaram a maioria das canções dos shows de Carla Marques, Larissa Lisboa, Luiz Lins, Getúlio Abelha e Odair José

Seja no rock romântico de Odair, no estilo provocante de Getúlio, na brasilidade poética de Larissa Lins, no ritmo de Carla Marques ou na mistura do trap com R&B de Luiz Lins o público vibrou e lotou cada apresentação.

A noite começou com a cantora Carla Marques, natural de Garanhuns, a artista investiu em um repertório baseado em grandes clássicos do brega. O público dos arredores do Parque Euclides Dourado vibrou e cantou junto cada um dos hits pernambucanos, como Diário e Leviana. “A bandeira que eu carrego no peito é a da música brega, Esse já é meu terceiro Festival de Inverno de Garanhuns. Já participei do palco pop, já abri a noite brega e agora aqui no Zé da Macuca”, disse.

Em seguida, representando a novíssima cena da música pernambucana, Larissa Lisboa apresentou suas leves canções para a plateia. Biscoito fino de uma safra abundante da nova geração da nossa música, Larissa se destaca pela naturalidade ao cantar e pelas letras leves e poéticas.

Para o FIG, a cantora escolheu um show de canções autorais, dela e em parceria com seus amigos compositores, da cena Reverbo do Recife. O show aqueceu os corações apaixonados da plateia com sua sonoridade leve, na agulha para o clima lofi. Entre as músicas, Eu choro, não nego, É amor que eu tenho e nada mais e Não sou eu. Com uma banda formada majoritariamente por mulheres, a cantora ainda recebeu no palco Isadora Melo para uma participação.

Com uma plateia completamente lotada, Luiz Lins subiu ao palco Zé da Macuca com a segurança de quem escolhe o caminho a ser trilhado na carreira. O múltiplo cantor não segue uma regra cartesiana quanto ao seu estilo de música. Quando ele quer, ele canta rap, ou trap, ou pop, ou ainda brega funk. E faz tudo com o mesmo nível de qualidade e com o vozeirão grave indefectível.

O músico investiu em um repertório baseado em Plástico, seu recém-lançado primeiro disco, mas não deixou de fora seus grandes sucessos, como A Música Mais Triste Do Ano e Tô Bem. Além disso, Luiz recebeu a cantora Bella Kahun para uma participação na música Dois Lados. O público cantou todas as músicas juntos e vibrou com cada interação do artista de Nazaré, que já se impôs como um dos expoentes mais singulares da nova música pernambucana.

Foi do meio da plateia que Getúlio Abelha iniciou sua apoteótica apresentação no Fig. O cantor piauiense é debochado, irreverente e performático. Teatral, o cantor é comprometido até o último fio de cabelo com o espetáculo que transmite para o público. Com um corpo de baile e uma banda afinadíssimos entre si acompanhando, Getúlio fez uma apresentação instigante e instigada do início ao fim, sem medo de extravasar no canto e nas coreografias à la aquelas populares bandas de forró, como Calypso e Calcinha preta.

A platéia acompanhou em coro as músicas do primeiro álbum do artista Marmota (2021). Tapuru, Sinal Fechado, Voguebike, Vá se lascar! integraram o setlist. Em determinado momento do show, em um compromisso com a subversão, o cantor chamou alguns fãs para passar pela grade e subir ao palco. Os candidatos formaram duplas para dançar forró e se jogar nos braços de Getúlio, com direito a beijos e abraços ao fim.

De mansinho e com uma serenidade de quem construiu uma das mais sólidas carreiras na música popular brasileira, Odair José encerrou a noite do palco com uma vitalidade e energia impressionantes. O cantor conduziu milhares de fãs com calma e paciência para atender clamores de músicas e acalmar o agito do público com suas canções.

Há no imaginário popular, uma ideia enraizada de que Odair é um cantor romântico, muito por seus maiores sucessos estarem atrelados a letras românticas e também não deixa de ser uma verdade, mas o artista é um dos percursores do rock no Brasil e isso se evidenciou nas suas produções mais recentes, como foi visto no palco Zé da Macuca.

Para cada Vou tirar você desse lugar, ele tocava uma Moral Imoral. Equilibrando seus riffs de guitarra rock n’roll com doces melodias românticas durante toda a apresentação. Quem foi, pediu por mais e ele prometeu voltar.

O Palco Zé da Macuca segue pulsando cultura neste sábado quando receberá músicos com diferentes propostas musicais. A partir das 18h, sobem ao palco as Jam 212, as melodias de Dani Carmesim, Rogério e os Cabras, Sangue de bairro, Clayton Barros e Tribo de Jah.

Promovido pelo Governo de Pernambuco, por meio da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), com investimento de R$ 11,6 milhões, o FIG 2023 reforçou a valorização do artista pernambucano, que compõe os 20 polos do festival, que prossegue até o próximo dia 31. São 398 atrações culturais. Desse total, 89,70% (357) selecionados pela convocatória são pernambucanos; e 10,30% (41) são de outros estados.

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