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Segundo dia da 4ª TEIA Estadual dos Pontos de Cultura tem mesas, painéis, rodas de conversa e apresentações artísticas em Gravatá

Evento reúne centenas de fazedores e gestores de cultura das quatro macrorregiões de Pernambuco até o sábado (13/12)

Foto: Daniela Pedrosa/Secult-PE

TEIA Estadual dos Pontos de Cultura

Após o dia de abertura que reuniu centenas de fazedores e gestores de cultura das quatro macrorregiões de Pernambuco no Hotel Canarius de Gravatá, Agreste do Estado, contanto também com a presença da governadora Raquel Lyra, da secretária de Cultura Cacau de Paula, da secretária executiva de Cultura Yasmim Neves e da secretária executiva de Gestão Ana Paula Jardim, o segundo dia da 4ª TEIA Estadual dos Pontos de Cultura, nesta quinta-feira (11/12), contou com mesas, intervenções artísticas, painéis, rodas de conversa, atendimento ao público, apresentações culturais e com o Cine TEIA. O encontro é realizado pelo Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura do Estado (Secult-PE), e segue até o sábado (13/12), consolidando-se como um dos mais importantes espaços de diálogo, escuta ativa e construção coletiva das políticas culturais do Programa Cultura Viva no Estado. Em 2026, será realizada a edição nacional da TEIA, no Espírito Santo, e Pernambuco estará presente com uma delegação.

A manhã teve início com a mesa “Justiça Climática é Justiça Cultural: Diálogos entre Arte, Território e Sustentabilidade”. O momento contou com a mediação de Yasmim Neves e com as participações de Pai Ivo de Xambá, babalorixá, líder da Nação Xambá e do Quilombo do Portão de Gelo; de Niedja Pankararu, indígena e mestra em gestão ambiental; e de Ranielle Vital, presidente do Instituto Toró-Clima, Tecnologia e Cultura.

Foto: Daniela Pedrosa/Secult-PE

Foto: Daniela Pedrosa/Secult-PE

Programação desta quinta-feira se iniciou com a mesa “Justiça Climática é Justiça Cultural: Diálogos entre Arte, Território e Sustentabilidade”

“Momento importante para a gente dialogar sobre o clima e a cultura nesse lugar de intersecção. Olhar para os povos e comunidades tradicionais, povos originários, para quem de fato vivencia essa cultura de chão de base”, destacou Yasmim Neves. “Estou aqui na TEIA representando a questão quilombola. Para a gente que faz a cultura africana, para a gente que faz a cultura de um modo geral, é muito importante um evento como esse para que nós possamos trocar ideias sobre a nossa cultura, a nossa religiosidade e a nossa gente”, expressou Pai Ivo. “Conseguimos trazer vários elementos importantíssimos para a discussão sobre como a gente conecta a cultura e o meio ambiente, e como a gente transforma isso em política pública”, definiu Ranielle Vital. “Eu sou do território Pankararu e é muito importante estarmos aqui juntos dialogando sobre a justiça climática e a cultura nos territórios”, pontuou Niedja Pankararu.

Na sequência, aconteceu a mesa “Retomada e fortalecimento da cultura de base comunitária em Pernambuco à luz do Sistema Nacional de Cultura”, mediada por Edvaldo Júnior, da Secretaria Estadual de Educação (SEE-PE), e com participações de Selma Santiago, criadora e coordenadora da ECult (Escola Livre de Gestão, Produção e Políticas Culturais); de Júnior Afro, diretor do Sistema Nacional de Cultura do Ministério da Cultura (MinC); e de Márcia Rollemberg, secretária de Cidadania e Diversidade Cultural do MinC.

“Em tempos decoloniais, reconhecer o que vem debaixo do barro do chão não é mais uma opção, é o caminho, é reconhecer a nossa cultura e as nossas manifestações artísticas. Cultura é arte órgânica, transpira. Que o Sistema Nacional de Cultura seja efetivado em toda a sua plenitude e para que ele aconteça ele precisa estar rodando. Que os municípios disponibilizem as estruturas necessárias para ampliação do sistema e implementação das diretrizes que fazem acontecer. Ou fazemos juntos, ou não existe política cultural”, expressou Selma Santiago. Júnior Afro, em sua fala, explanou sobre as diretrizes e componentes do Sistema Nacional de Cultura para consolidação das políticas públicas de cultura, frisando que os gestores precisam se apropriar desses componentes para garantir o fomento. Já Márcia Rollemberg enfatizou que as manifestações culturais que acontecem nos territórios são importantes para a cultura nacional: “A política da Cultura Viva traz luz, potencializando a cultura que emerge das comunidades. Mais de 11 mil entidades e coletivos culturais sem fins lucrativos são certificados no programa Cultura Viva no Brasil e em Pernambuco são mais de 500 em Pernambuco, presente em 129 dos 184 municípios do Estado.

Foto: Daniela Pedrosa/Secult-PE

Foto: Daniela Pedrosa/Secult-PE

TEIA Estadual dos Pontos de Cultura

A programação da tarde se iniciou com a mesa “Articulação e mobilização de redes como estratégia de fortalecimento da atuação dos Pontos de Cultura no território”, mediada por Joana Darc, representante do Pontão de Cultura Associação dos Filhos e Amigos de Vivência, de Poço Comprido, com as participações de Anildomá Willans, representante do Ponto de Cultura Cabras de Lampião e integrante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura de Pernambuco; Marcelo das Histórias, de São Paulo, representante do Pontão de Cultura Areté; Célio Turino, também de São Paulo, idealizador do Cultura Viva; e Mateus Estrela, da Bahia, representante do Consórcio Universitário Cultura Viva da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

“É muito importante contar a história da Cultura Viva. A história da gente, a história das pessoas. O mundo eurocêntrico em que fomos educados é tudo aquilo que não é natureza. Na Cultura Viva o ambiente define o que nós somos e nós somos natureza. Eu diria que não há nenhuma outra política pública no mundo com essa dimensão. A Cultura Viva é fonte de construção, é quebrar as hierarquias culturais”, define o criador do programa Cultura Viva, Célio Turino. “A gente está normalizando a quebra de memória e isso é grave em qualquer política pública. Porque as políticas têm a responsabilidade de cuidar da memória cultural, a história do País. Os pontos de cultura de Pernambuco são uma referência nacional”, ressaltou Marcelo das Histórias.

Em seguida, a 4ª TEIA Estadual dos Pontos de Cultura abriu a programação dos painéis simultâneos e rodas de conversa. O painel “Cultura Viva em Movimento: articulações, saberes populares e a  retomada da PNCV sob a perspectiva de comunidades de matriz africana e  quilombolas”, foi mediado por Wanessa Santos – Gerente de Políticas Culturais (Secult-PE) e com as participações de Sebastião José Soares, diretor de Promoção das Culturas Populares do MinC; Mãe Beth de Oxum, do Ponto de Cultura Coco de Umbigada; Pai Júnior de Odé, do Pontão de Cultura Talabi; e Gleydson José, do Ponto de Cultura Nação Xambá.

O painel “A contribuição dos Pontos de Cultura no processo de formação de  agentes culturais nos territórios, teve mediação de Manuella Oliveira (Obic), com participações de Tiago Delácio, do Pontão de Cultura ASAGA Audiovisual; Thiago Rocha Leandro, diretor de assistência técnica a estados, do Distrito Federal e Municípios (DAST) do (MinC); Cida Fernandez, bacharel em biblioteconomia pela Universidade Federal de Pernambuco, responsável pelo Programa Direito à Leitura, do Centro de Cultura Luiz Freire, e também assessora do Programa Prazer em Ler, da Rede Nacional de Bibliotecas Comunitárias.

A roda de conversa “Medidas de acessibilidade nas ações desenvolvidas pelos Pontos de Cultura e experiências acessíveis e inclusivas” teve mediação de Nathalia Cavalcanti dos Santos, da Gerência de Educação e Direitos Humanos (Secult – PE), com as participações de Fabiola Cavalcanti Maciel, conselheira do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Recife (COMUD Recife), ativista pela inclusão e fundadora do Instituto de Apoio à Vida (IAV), voltado ao

apoio de pessoas com deficiência e mães atípicas; Lucas Lamonier, de Sergipe, representante do Pontão de Cultura Albertina Brasil; e de MichellPlatini, do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de Pernambuco (CONED/PE).

O painel “Desenvolvimento das comunidades locais a partir da atuação dos Pontos de Cultura, um olhar para as economia criativa e solidária, o turismo criativo e o protagonismo social” contou com a mediação de Priscila Marques, da Fundarpe, com as participações de Karina Zapata, da Rede Nacional de Turismo Criativo (Recria); Maria Severina da Silva, do Fórum de Economia Solidária de Pernambuco e Conselho Nacional de Economia Solidária; Feliciano Félix, chefe da divisão do Minc – Pernambuco; e com Ana Elisabeth, do Ponto de Cultura Casa Uaná/Pirilampo.

O painel “Reflexões sobre cultura como direito, cidadania e processo de  transformação social por intermédio dos Pontos de Cultura”, foi mediado por Cleonice, do Pontão da Fundação Cultural Cabras de Lampião, e contou com as participações de Maurício Antunes, da Fundaj e da UFRPE; com Yasmim Neves, secretária executiva de Cultura; Lia Calabre, chefe do setor de pesquisa em Políticas Culturais da Fundação Casa de Rui Barbosa, também coordenadora da Cátedra UNESCO de Políticas Culturais e Gestão, professora do PPGMA-FCRB e do PPCult-UFF; e do Maestro Forró (PE), da Escola Comunitária de Música da Bomba do Hemetério.

A última roda de conversa do dia foi a “Fomento Cultural: Estratégias e desafios para a sustentabilidade dos Pontos de Cultura”, com mediação de André Ramos, da Secult-PE, e participações de Clarice Andrade, diretora de Fomento da Fundarpe, onde responde pela gestão do Funcultura (Fundo de Cultura de Pernambuco); Eliz Galvão, do Ponto de Cultura Vivendo e Aprendendo, representante da Liga Criativa; e Fábio André, representante do Ponto de Cultura Galpão das Artes.

Sobre a TEIA – Reconhecida como um momento fundamental de articulação das redes culturais, a TEIA reúne fazedoras e fazedores de cultura de todas as regiões de Pernambuco, promovendo a troca de experiências, o fortalecimento das ações comunitárias e a reafirmação da potência transformadora da Cultura Viva. Hoje, centenas de Pontos de Cultura atuam em territórios urbanos, rurais, quilombolas, indígenas, periféricos e comunitários em Pernambuco. No Brasil, são mais de 4 mil iniciativas que desenvolvem ações de impacto social, educativo e cultural em seus contextos.

A TEIA Estadual integra o processo histórico de encontros que, desde 2006, impulsionam a atuação em rede dos Pontos de Cultura no País. Nacionalmente, já foram realizadas cinco edições: São Paulo (2006), Belo Horizonte (2007), Brasília (2008), Fortaleza (2010) e Natal (2014). Em todas elas, as TEIAS Estaduais cumpriram papel essencial na mobilização da sociedade civil e na construção de propostas estratégicas para o fortalecimento da Cultura Viva.

Nesta edição em Gravatá, a programação reúne mesas temáticas, painéis, rodas de conversa, oficinas, intercâmbios e momentos de celebração, além do Fórum Estadual dos Pontos de Cultura, espaço deliberativo que orienta os rumos das políticas setoriais. Em 2025, temas como justiça climática, cultura de base comunitária, acessibilidade, formação cultural, economia criativa e solidária, direitos humanos, juventudes e sustentabilidade atravessam o encontro, reafirmando seu caráter plural, diverso e democrático.

 

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