Sem Coração, filme de Nara Normande & Tião, abre Janela Internacional de Cinema do Recife
Festival tem patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura e do SIC municipal
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Na próxima segunda-feira (6), às 19h, ocorre a abertura do 14º Janela Internacional de Cinema do Recife, festival que este ano traz 60 filmes, entre curtas e longas-metragens, divididos nas mostras Clássicos, Lançamentos e Sessões Especiais. O Janela abre com o lançamento no Recife do longa Sem Coração, de Nara Normande & Tião, com a presença dos diretores, equipe técnica e elenco. O evento segue até o dia 12 de novembro.
Além do Teatro do Parque, este ano a programação entra em cartaz no Cinema da UFPE, na Cidade Universitária, com sessões gratuitras; e nas salas Derby e Porto Digital do Cinema da Fundação com ingressos a preços populares, R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), vendidos antecipadamente pelo Sympla e nas bilheterias antes de cada sessão, sempre sujeito à capacidade da sala.
O 14º Janela Internacional de Cinema do Recife é uma realização da Cinemascópio com patrocínio do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), Governo do Estado e Sistema de Incentivo à Cultura da Cidade do Recife (SIC).
Uma janela para o cinema independente internacional em Pernambuco. Essa foi a motivação dos diretores artísticos Kleber Mendonça Filho e Emilie Lesclaux ao realizarem, em 2008, o Janela Internacional de Cinema do Recife, festival anual que abriu portas para realizadores brasileiros e estrangeiros e novos horizontes para gerações de pernambucanos amantes do cinema.
A sessão de abertura desta 14ª edição, com a presença da diretora, equipe técnica e elenco, dá a largada para uma programação recheada de longas e curtas, entre nacionais e internacionais, que são exibidos nas mostras não competitivas Clássicos, Lançamentos e Sessões Especiais num total de 60 títulos em cerca de 50 exibições. Uma novidade este ano são as apresentações artísticas ao vivo, performances de grandes divas do Lipsync recifense, como Sharlene Esse, Odilex e Raquel Simpson, que abrem algumas sessões surpresas de filmes. As performances vêm para dar continuidade ao legado dos nossos cine-teatros, locais em que as artes performáticas e o cinema sempre andaram juntas.
O filme de estreia desperta expectativas e curiosidade. Coprodução Brasil (Cinemascópio), França e Itália, o longa Sem Coração amplia em pouco mais de uma hora a história que Nara Normande e Tião contaram em 2014 no formato de curta, com 25 minutos de duração, da menina Tamara às voltas com as últimas semanas de férias numa vila de praia antes de partir para estudar em Brasília. Um dia ela ouve falar de uma adolescente apelidada de Sem Coração por causa de uma cicatriz que tem no peito. Ao longo do verão Tamara sente uma atração crescente por essa menina misteriosa. Sem Coração, o longa, estreou no Brasil no início de outubro deste ano, no 25º Festival do Rio na Première Brasil, levando o Prêmio Félix de Melhor Filme e o Prêmio Redentor de Melhor Fotografia. Em setembro, foi exibido na sessão Horizontes do 80º Festival de Veneza, na Itália, único filme brasileiro da competição.
Nara Normande é alagoana. Morou 20 anos no Recife onde desenvolveu seus primeiros trabalhos no cinema. Em 2014 dirigiu com Tião a ficção com atores Sem Coração, curta ganhador do prêmio Illy na Quinzena dos Realizadores em Cannes. Em 2018, o documentário animado em técnicas mistas Guaxuma, coprodução com a França, ganhou mais de 70 prêmios em prestigiosos festivais como SXSW, Guadalajara, Ottawa AIFF e Brasília. Sem Coração, codirigido por Tião, é seu primeiro longa-metragem. Tião nasceu no Recife. Em 2008 seu filme Muro recebeu o prêmio Un Regard Neuf de melhor curta-metragem na Quinzena dos Realizadores de Cannes. Seu filme Animal Político (2016) estreou no Festival de Roterdã em 2016.
CLÁSSICOS – Tatuagem, de Hilton Lacerda, que em 2023 completa 10 anos de lançado, é destaque na mostra Clássicos junto com Os Homens que Eu Tive, de Tereza Trautman (1973), considerado o primeiro filme brasileiro ficcional dirigido por uma mulher, com Darlene Glória no elenco, que teve sua temporada de exibição interrompida pela ditadura militar. A sessão conta com a presença da diretora. Em outra comemoração, o Coletivo Surto & Deslumbramento, que faz aniversário de 10 anos, ganha Sessão Especial dos curtas Mama, Primavera, Estudo em Vermelho e Casa Forte.
A equipe curatorial da 14ª edição do Janela Internacional de Cinema do Recife é formada por Felipe André Silva, Lorenna Rocha, Pedro Azevedo Moreira e Rita Vênus com consultoria artística de Luís Fernando Moura.
