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Três oficinas acontecem em Caruaru neste domingo, encerrando País das Artes Cênicas

Primeiro movimento foi coordenado por Marcela Felipe, com três horas de duração, das 9h às 12h

Eduardo Cunha

Eduardo Cunha

País das Artes Cênicas, em Caruaru

Uma oficina de dança, coordenada por Marcela Felipe e com três horas de duração, aconteceu na área central de Caruaru, ao longo da manhã deste domingo (11), durante a programação do Festival Pernambuco Meu País. Outras duas reforçaram a agenda multicultural do País das Artes Cênicas durante o último dia do evento no município.

A primeira movimentação artística, chamada “Serpenteia Brinquedos e Brincadeiras”, aconteceu na Escola de Referência em Ensino Médio Professor Vicente Monteiro, tendo como campo de atuação o universo cultural.

Na visão de Marcela Felipe, o corpo é o autor e protagonista de memórias e representações, podendo ser exaltado também por meio da dança.

“O corpo é quem produz esses movimentos performáticos, que é o recorte que eu trago. São movimentos e passos. A partir do corpo, criamos memórias e representatividades, criando força. Tento trazer o canto, a música, e não só na voz cantando, lidando com instrumentos, que é uma extensão do nosso fazer. O corpo cria identidade e representatividade, além de coletividade. A importância é completa”, detalhou.

Mais tarde, no mesmo local, Hellaynne Sampaio esteve à frente de uma oficina de dança voltada ao campo de conscientização religiosa e combate ao racismo. Ela é yalaxé do Terreiro de Mãe Amara, coreógrafa, bailarina e diretora de dança do Afoxé Oyá Alaxé.

A oficina Ajô Nagô – Ijó dos Orixás tem como premissa central exaltar a importância e a beleza dos orixás dentro de um processo de visibilizar e valorizar as divindades africanas como elementos representativos das forças divinas propulsoras da história africana no Brasil.

“A nossa oficina circula com o objetivo de somar as forças do movimento negro em combate ao racismo. É uma forma de potencializar os corpos sagrados que existem e resistem aqui. Estamos vivos e queremos ser valorizados e respeitados. Estou muito feliz e me sentindo também honrada por estar nesse festival potente”, disse.

Encerrando a grade de compromissos do País das Artes Cênicas em Caruaru em um momento de muita emoção, o Teatro Rui Limeira Rosal, localizado no bairro de Petrópolis, acolheu “Zenaide Bezerra, um espetáculo para eternizar”, da Cia Fazendo Arte, do Recife.

Coreógrafo do grupo, Rodrigo Gomes assegurou que um aprendizado pôde ser tirado da apresentação deste fim de semana, apontando a necessidade de um aprofundado estudo sobre a personagem, que é um Patrimônio Vivo do Recife. “Eu tive que me aproximar dela para conhecer quem foi, quem passou a ser e quem é agora. Foi um trabalho incrível para mim. Levo esse espetáculo como uma conquista em estar aprendendo cada dia mais. Toda vez que nos apresentamos, aprendemos”, concluiu.

Entre os olhares emocionados do público, estava o da própria Zenaide, que, aos 75 anos, não pensa em se despedir do frevo nem tão cedo.

“Eu fiquei muito emocionada, chorei bastante. Ninguém fica parado lá em casa. Sinto que eu tinha que estar no meio dos meninos, mesmo cansada”, disse.

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