O projeto Arte que Salva a Alma lançou a websérie “Respiros”, estrelada pela atriz e jornalista pernambucana Luciana Cavalcanti e dirigida por ela e Quiercles Santana. A trilogia, financiada com recursos da Lei Aldir Blanc, foi idealizada e produzida no período da pandemia, em meio às pressões sociais e psicológicas, principalmente sobre as mulheres. O roteiro foi criado a partir da adaptação de textos das escritoras Carol Rodrigues, Wislawa Szymborska e Germana Accioly. Os três episódios abordam, de forma poética, temas do universo feminino e faz um alerta para a realidade do feminicídio e a situação das mulheres que passam por relações abusivas não apenas neste período de confinamento como em todos os tempos.

A websérie está disponível para o público no canal do Youtube do projeto Arte que Salva a Alma desde o 8 de março, Dia Internacional da Mulher, quando foi realizada uma transmissão ao vivo apresentada por Luciana Cavalcanti, com a participação virtual de uma das autoras, do diretor artístico e da cantora Diva Menner, conhecida como a primeira mulher trans no The Voice Brasil.

Os episódios contam histórias de mulheres distintas em diferentes nichos da representação feminina, utilizando-se de uma narrativa dessemelhante, na qual a poesia, a imagem, o som e o silêncio permeiam toda a obra. A trama ocorre entre o mundo real e imaginário das personagens, e sugere reflexões e discussões sobre solidão, delicadeza dos sentimentos, estados de devaneios, relacionamentos abusivos, depressão, loucura e libertação.

“Respiros” surgiu a partir de uma dor pessoal (também coletiva), durante a pandemia. Nasceu como resposta artística expressando que a arte pode salvar almas. “A falta de ar e a sensação de morte me fez percorrer um caminho no qual estar no momento presente é um dos meus maiores estímulos. Viver o agora, controlar a ansiedade, aprender a conhecer o momento que antecede uma crise é um desafio constante. Respirar, inspirar, respirar, inspirar. Respiros. Daí se explica o nome da websérie”, conta Luciana, enfatizando que esse é o respirar de uma mulher que representa várias mulheres.

A partir de então, Luciana começou a pesquisar contos, poemas e também histórias pessoais de mulheres comuns, que tinham uma narrativa correspondente com as emoções e sensações vividas por ela nesse momento pandêmico, e assim descobriu, no âmbito literário e poético, um caminho a seguir. No confinamento, ela se deu conta de várias possibilidades e resolveu apostar na produção audiovisual, mesmo com os desafios do momento, mas com a certeza de que eram caminhos de solos férteis.

Luciana levou em consideração a comprovação de que a oferta de cultura por meio das mídias online tem diminuído os impactos psicológicos negativos da pandemia nos brasileiros que estão em casa. “Descobri que a arte traz libertação, seja ao se expressar ou ao consumir o resultado da expressão artística. Diante disso, criei uma página no Instagram e um canal no Youtube, intitulados Arte que Salva a Alma, como extensão da minha página pessoal e artística e espaço para a estreia do Respiros”, conta Luciana, que está estreando como diretora.