Abate Religioso de Animais encerra programação de Seminário
Postado em: Fundarpe
“Do meu ponto de vista, o aspecto mais importante do julgamento do STF foi reconhecer a religião como patrimônio cultural. O Supremo Tribunal Federal disse, com todas as letras, que as religiões afro-brasileiras constituem patrimônio cultural do País. E isso não é pouca coisa”. Foi assim que o advogado e jurista Hédio Silva Junior, do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras, avaliou o julgamento do STF que determinou, em 2019, a constitucionalidade do abate de animais em rituais das religiões de matriz africana.
Hédio Silva Junior foi o convidado da conferência de encerramento do 2º Seminário Patrimonialização e Musealização de Bens Culturais de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, realizado de forma virtual durante essa semana. Foi o advogado quem fez a sustentação oral em favor do abate religioso de animais perante a corte. A exposição de pouco mais de oito minutos é.considerada um marco histórico e pode ser vista no Youtube.
O seminário começou na segunda-feira (18) e teve fim nessa sexta-feira (22). As mesas de debate foram transmitidas no canal da Secult-PE/Fundarpe no Youtube, alcançando mais de 800 visualizações. Todos os cinco debates realizados estão disponíveis na plataforma. O último dia de seminário teve também na programação a ação cultural Xambá das Yabás, transmitida pela conta no Instagram do Terreiro Xambá, Patrimônio Vivo do Estado.
“Compartilhamos bons momentos de reflexão e experiências envolvendo representantes de terreiros de Pernambuco, Sergipe, Bahia e São Paulo. Percebemos a necessidade do reforço à defesa das garantias legais e à liberdade religiosa, frente aos ataques racistas e preconceituosos”, avaliou o coordenador de Patrimônio Imaterial da Fundarpe, Marcelo Renan de Souza.
O 2º Seminário Patrimonialização e Musealização de Bens Culturais de Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana foi organizado pela Secult-PE/Fundarpe, pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (CEPPC/PE), Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Iphan-PE) e três comunidades de terreiro: Sítio de Pai Adão, Terreiro de Mãe Amara e o da Xamba. A primeira edição do evento foi realizada em 2019, de forma presencial.