Celeiro de poetas, Arcoverde recebe recital com música
Projeto comandado pelo poeta Allan Salles foi uma das ações do Festival Pernambuco Nação Cultural no Sertão do Moxotó.
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Costa Neto/Fundarpe

Allan Sales e sua viola, ao lado de Clécio Rimas e outros convidados, levou música e poesia madrugada adentro em Arcoverde
Não é à toa que ela é reconhecida como um dos principais nascedouros de poetas em Pernambuco. A cidade de Arcoverde respira a expressão artística, tão viva no Sertão do Estado em forma de repente, embolada, cantoria ou recital. Uma mostra do potencial poético da região foi pincelada nesta quinta-feira (9), durante o projeto Quintas de Música com Poesia, comandado pelo anfitrião Allan Sales. A ação fez parte do Festival Pernambuco Nação Cultural Sertão do Moxotó, cuja programação se estende até o próximo sábado (11) em várias linguagens artísticas.
Para completar o misticismo poético da noite a lua, fonte de inspiração de diversos declamadores, estava cheia como manda o figurino. O encontro foi realizado na tradicional Budega da Poesia e contou com a participação da nova geração de poetas pernambucanos, nomes como Joy Carlu, de Moreno, Clécio Rimas, de Serra Talhada, e Alberone e Ícaro Tenório, estes dois últimos naturais de Arcoverde.
Allan Sales e sua viola se comportaram como os maestros da noite, seja no lado poético ou no lado musical da história. Em alguns momentos, o músico e cantador se apresentava ao lado de Clécio Rimas, que ao som do pandeiro puxava uma embolada de rima e métrica certeira. Noutros, Allan fez a base sonora para a declamação poética da Joy Carlu, com poesias próprias e de autores como Manuel Bandeira. Tiveram também as horas nas quais o cantador recitou contos e poesias de autoria própria, muitas vezes em forma de música.
Mas a sonoridade da noite tomou mais forma quando Allan e os arcoverdenses Alberto e Ícaro Tenório, com pandeiros e rabecas, enalteciam importantes nomes da poesia nordestina. Outro ponto alto do Quintas de Música com Poesia se deu no momento em que o microfone foi aberto ao público. Um deles, o poeta local conhecido como Sebastião, fez questão de homenagear dois personagens da cultura popular nordestina: Manuel Filó e João Paraíba, este último falecido recentemente. “Um dos poetas que falava mais bonito das coisas do Nordeste era João Paraíba”, disse Sebastião, para em seguida declamar o poema “Jesus Salva a Pobreza Nordestina – Com três meses de chuva no Sertão”.
