Maestro Nunes – Para sempre na nossa memória e em nossos corações
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Pernambuco perdeu um de seus mais geniais compositores de frevo. José Nunes de Souza, ou apenas o Maestro Nunes, nasceu no dia 22 de junho de 1931, em Vicência. Faleceu na madrugada do dia 14 de setembro de 2016.
Não há ninguém em Pernambuco que, conhecendo o frevo, nunca tenha ouvido os clássicos que Maestro Nunes nos deixou. Considerado o “rei do frevo de rua”, suas composições já nasciam clássicas, de tão populares e fáceis para o gosto do povo. Assim são Cabelo de Fogo, Fubica, Folhas que não caem, É de perder o sapato, Mosquetão, É de rasgar a camisa, Bomba relógio, entre outras tantas. Frevos de rua rasgados, desses de melodias e arranjos que ficam pra sempre na memória da cabeça e dos pés. Nunes também foi um enorme contribuidor para o aprendizado e a manutenção do frevo.
No sobrado 438 do Largo de Santa Cruz, no centro do Recife, fundou a Escola de Frevo do Nordeste, onde diariamente ia compor e dar aulas. Nunes deixou seis filhos, todos envolvidos com a missão de levar adiante o sonho do pai, que era continuar com aulas voltadas para crianças e jovens mais vulneráveis. É o que diz a filha Mércia, que garante que dará continuidade à orquestra de frevo do pai.
“Agora, mais do que nunca, vamos continuar com a orquestra, será nossa forma de mantê-lo vivo, não deixar que caia no esquecimento. Sempre contávamos a história dele antes das apresentações, e agora vamos contar ainda mais”, promete a filha.
Em 2009, Maestro Nunes foi eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco, um registro que visa reconhecer e preservar pessoas e manifestações populares e tradicionais da cultura pernambucana, e que também incentiva que estes grupos e mestres repassem seus conhecimentos às novas gerações. No caso do Maestro Nunes, o saber foi transmitido para dezenas de alunos que passaram pela sua escola. E, a depender da família e da força do seu legado, continuará para sempre na memória e nas narrativas que constroem a história da nossa cultura.
Conheça aqui a trajetória do Maestro Nunes.
